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Agricultor de mesmo nome de investigado é levado por engano para prestar depoimento no RS

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A Polícia Federal confirmou que realizou a condução coercitiva de uma pessoa que tinha o mesmo nome de um investigado na terceira fase da Operação Carne Fraca, na manhã desta segunda-feira (5) em Arroio do Meio, no Vale do Taquari. A ação foi realziada ainda nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Goiás.

Para o Rio Grande do Sul, a justiça autorizou um mandado de busca e apreensão e a condução coercitiva de um médico veterinário da empresa BRF, que teria liberado o abate de aves contaminadas com salmonella pullorum. No entanto, ele seria do Paraná, e teria o mesmo nome do agricultor que foi levado pelos policiais durante a manhã. 

O agricultor de 49 anos estava em casa acompanhado dos dois filhos, um de 16 anos e outro de 21 anos, quando a polícia chegou. Ele teve o nome preservado. 

“Foi às 6h da manhã, tinha acordado e vi luzes na janela. Quando abri a porta vi a caminhonete da Polícia Federal com três policiais e o delegado. Dei bom dia, eles responderam e perguntaram: ‘é aqui que mora o senhor (…)? Temos um mandado de busca e apreensão para o senhor’. Perguntei sobre o que se tratava, mas não falaram nada, disseram apenas que era sobre problemas sanitários”, conta o agricultor. 

Ele diz que sua casa foi revistada, e que foi levado para Santa Cruz do Sul, para prestar depoimento. “O delegado até me pediu desculpas, disse que eu não tinha nada a ver, que era um cara do Paraná que tem o mesmo nome e sobrenome, que havia liberado um aviário com salmonella”, conta o agricultor, que agora ri do mal entendido, mas que confessa que na hora em que viu a polícia “chegou a tremer as pernas”.

 

Operação Trapaça

A terceira fase da operação recebeu o nome de Trapaça. O inquérito investiga cinco laboratórios credenciados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e setores de análises da BRF que fraudavam resultados de exames em amostras de processo industrial. 

Assim, eram informados dados fictícios em laudos e planilhas técnicos ao Serviço de Inspeção Federal.

O objetivo das fraudes era burlar o Serviço de Inspeção Federal (SIF/MAPA) para impedir que o Mapa fiscalizasse a qualidade do processo industrial da BRF. 

Os investigados podem responder, de acordo com a PF, por crimes como falsidade documental, estelionato qualificado e formação de quadrilha ou bando, além de crimes contra a saúde pública, entre outros. 

O G1 enviou um e-mail pra BRF às 7h12 e aguarda um posicionamento sobre o assunto.

 

O que diz o Mapa

Por meio de nota, o Mapa informou que vai adotar algumas medidas a partir desta 3ª etapa da Carne Fraca. 

Uma delas é a suspensão dos estabelecimentos envolvidos para exportar a países que exigem requisitos sanitários específicos de controle e tipificação da bactéria salmonella spp. A salmonella pode ser eliminada ao cozinha o alimento em alta temperatura.

Será suspenso também o credenciamento dos laboratórios alvo da operação, até finalização dos procedimentos de investigação, que podem resultar no cancelamento definitivo do credenciamento 

Haverá a implementação de medidas complementares de fiscalização, com aumento de frequência de amostragem para as empresas envolvidas, até o final do processo de investigação. 

O Mapa disse que a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) implementará novos modelos de controle de laboratórios credenciados visando a redução de fraude. 

Outra medida vai ser aprimoramento de ferramentas de combate a fraudes em alimentos.