O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul cresceu 4,1% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o quarto trimestre de 2023. O dado, que ainda não capta os efeitos da enchente, mostra que o resultado da arrancada do ano foi puxado pela agropecuária, que avançou 59,1% no período. Indústria, com leve alta de 0,5%, e serviços, que expandiu 1,2%, apresentaram resultados mais tímidos.
O PIB do Estado no acumulado dos três primeiros meses do ano é superior ao índice do país, que ficou em 0,8%. O dado foi apresentado, na manhã desta terça-feira (25), pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG) do Estado.
O PIB é a soma dos bens e serviços produzidos no Estado. Os dados do primeiro trimestre não captam os efeitos da enchente de maio na economia gaúcha. O O levantamento mostra um retrato do período imediatamente anterior ao pico da inundação que abalou o desempenho de setores e a vida da população de diversos municípios do Estado.
O destaque da agropecuária ocorre após estiagens e excesso de chuva que afetaram o Rio Grande do Sul nos últimos dois anos, segundo a SPGG.
Nos serviços, o destaque positivo ficou por conta do comércio, com crescimento de 3,5% no primeiro trimestre de 2024 em relação aos últimos três meses do ano passado. As atividades de transportes, armazenagem e correio (1,5%) e serviços da informação (1,3%) também avançaram, enquanto a atividade de intermediação financeira e seguros foi a única do segmento a apresentar queda (-1,7%).
Quando a comparação é o primeiro trimestre de 2023, a economia gaúcha apresentou crescimento de 6,4%. O Brasil, na mesma base, cresceu 2,5% no período.
Na indústria, a alta de 2,6% entre janeiro e março foi influenciada principalmente pela atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, com crescimento de 40,7%.
“A estiagem registrada nos primeiros meses de 2023 restringiu a produção de energia hidroelétrica, o que impactou no resultado econômico da área. As chuvas dentro da normalidade no início deste ano reverteram o quadro”, explica Lazzari.
A indústria extrativa mineral teve alta de 2,1% no período em relação ao ano passado, enquanto a indústria de transformação, principal atividade industrial do Estado, registrou queda de 1%. Construção caiu 0,4% no período.
Entre as 14 atividades monitoradas da indústria de transformação, a queda nos números é explicada, principalmente, pelo desempenho da fabricação de máquinas e equipamentos (-26,8%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-13,5%) e produtos alimentícios (-4,9%). Entre as altas mais expressivas, se destacaram as atividades de produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (+93,9%) e produtos do fumo (+19,4%).
“No primeiro trimestre de 2023, a Refinaria Alberto Pasqualini esteve com a produção pausada para manutenção e realização de investimentos. Com a retomada neste ano, a produção voltou aos padrões habituais”, conta Lazzari.
Nos serviços, a elevação de 3,2% foi influenciada especialmente pelo comércio (4,7%), outros serviços (5,1%) e serviços de informação (5,1%). Entre as atividades do comércio, os principais destaques foram os aumentos nas vendas nos hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (14,1%), no comércio de veículos (18,8%) e nos artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (10,2%). Entre as baixas, as mais significativas foram nas vendas de combustíveis e lubrificantes (-5,2%) e de material de construção (-2,5%).