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Alerta dos especialistas: obesidade infantil vai além de má alimentação

Foto: Cássia Oliveira/Prefeitura de Maceió/Câmara Municipal de Paulínia
Foto: Cássia Oliveira/Prefeitura de Maceió/Câmara Municipal de Paulínia

O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil
(Enani), do Ministério da Saúde, revelou que 7% das crianças brasileiras
menores de cinco anos estão com excesso de peso e 3% estão obesas. Os
indicadores já apontavam o aumento da obesidade infantil nos últimos anos, mas
as restrições impostas pela pandemia pioraram a situação. 

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A Organização Mundial da Saúde – OMS, classifica a obesidade
de três formas: quando o Índice de Massa Corporal – IMC é maior que 25 kg/m2, a
pessoa está com sobrepeso, quando alcança 30 kg/m2 ela é considerado obesa e a
partir de 40 Kg/m2 ela alcança a obesidade mórbida, também conhecida como de
grau III.

A nutricionista e especialista em nutrição materno-infantil,
Larissa Paixão, explica que a doença é crônica e que não surge de um dia para o
outro. Além disso, a má alimentação não é a única causa.

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“A obesidade infantil é o resultado da somatória de fatores
psicossociais, ambientais e fisiológicos. Portanto, sintomas como ansiedade,
estresse e depressão, podem ser o gatilho para o seu desenvolvimento ou surgir
como consequência dessas patologias”, alertou a especialista. 

Quando associado ao sedentarismo, o consumo frequente e
exagerado de produtos ultraprocessados, como biscoitos, refrigerantes e
achocolatados, contribui para que o quadro de obesidade se desenvolva. Esses
alimentos possuem grande aporte energético, ou seja, alto nível de calorias, e
baixa disponibilidade de nutrientes, o que leva o organismo a sofrer adaptações
metabólicas e engordar.

A endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia
e Metabologia Regional São Paulo – SBEM-SP, Cristiane Kochi, afirma que a
obesidade infantil tem um impacto físico e emocional importante e destaca que
essas crianças já apresentam risco de aumento da pressão arterial, diabetes,
aumento da gordura no sangue e alterações ortopédicas. 

A médica afirma que é fundamental o esclarecimento da
população e das autoridades.

“A gente precisa ter uma reeducação populacional sobre
obesidade infantil, a prevenção, o tratamento e sobre a orientação
alimentar”, complementou a especialista.

Como evitar a obesidade infantil

A primeira orientação, destacada pela nutricionista, para
evitar que as crianças engordem é não oferecer alimentos que possuem
carboidratos refinados, como pães brancos, bolos com coberturas, biscoitos
industrializados, bebidas açucaradas, doces, balinhas, pirulitos e guloseimas.
Além disso, ela indica que os responsáveis estabeleçam horários
pré-determinados para as crianças realizarem as refeições com calma, uma vez
que comer com pressa não gera os mecanismos necessários de saciedade. 

Outra dica é sempre dar preferência aos alimentos integrais,
uma vez que contêm mais fibras ajudando no controle da absorção de açúcar.

“Ofereça alimentos sem adição de adoçantes e açúcares de
qualquer espécie. O paladar infantil é muito sensível a doces e precisa ser
amadurecido com a exposição a outros sabores como o azedo, o adstringente e até
o amargo”, complementou a nutricionista.

Quando questionada se proibir estes alimentos é o caminho
para evitar a obesidade infantil, a nutricionista afirma que não, mas é preciso
restringir.

“Mudança de hábito nunca será sinônimo de proibição, mas de
formação de consciência. Fora de casa, aos finais de semana, em um restaurante,
existirão muitas opções de alimentos que você, provavelmente, não expõe em
casa. Muitas vezes, mesmo tendo acesso a esses alimentos, a criança consumirá
em porções menores, com consciência de que aquilo não faz parte da sua rotina”
orientou Larissa.

Além disso, a especialista destacou que sempre que procurada
por famílias para tratar a obesidade infantil, a orientação é simples:

“Se você deseja que seu filho coma alimentos mais saudáveis,
tenha estes alimentos disponíveis em casa” e conclui “planejar o cardápio da
semana e ir às compras com uma lista pré-estabelecida auxilia a ter
ingredientes, alimentos e produtos saudáveis em casa, o que previne a doença”. 

Texto: Agência do Rádio