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Após cancelamento do desfile, entidades falam sobre a doença

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O mês de setembro, marcado pela comemoração da Semana Farroupilha, está chegando. Mas os recentes casos de Mormo têm preocupado os criadores de cavalos e também os apaixonados pela cultura gaúcha.

Com um caso confirmado na cidade de Rolante e outros preliminares em algumas cidades, a doença equina ameaça a realização dos tradicionais desfiles.

A Rádio Acústica FM tem trazido à tona este assunto, desde o início deste mês. O Fiscal Agropecuário da Secretaria da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul – Fiscal Chefe da Inspetoria Veterinária de Camaquã/Chuvisca/Arambaré, Hilson Ricardo Santos explicou o que é a doença: “O mormo é uma enfermidade infecciosa fatal, causada pela bactéria BurkholderiaMallei, que afeta principalmente os cavalos, os asnos e as mulas. É transmissível ao homem e a outros animais”.

Segundo Santos, o Brasil era livre do Mormo até alguns anos atrás, quando a doença começou a afetar o Nordeste do País. “Essa doença tem um caráter bastante grave, principalmente porque ela é uma zoonose, ou seja, ela contamina os humanos e ela é fatal. Esse estado no momento em que passa a ser considerado contaminado, ele deve tomar ações de defesa. No caso do mormo, para eliminar a doença”.

O Mormo causa nos animais a formação de nódulos e ulcerações nas vias respiratórias e pulmonares. Nos cavalos, a evolução do mormo é geralmente de forma crônica, com alguns animais podendo sobreviver como portadores da doença por vários anos. Atualmente, não existe nenhum tratamento com medicamentos veterinários capaz de curar a infecção.

Quando constatado o primeiro caso, os animais devem ser sacrificados, porque a doença é fatal e não existe cura. Uma prevenção importante, segundo o agropecuário, é o GTA (Guia de Trânsito Animal): “Se os animais andarem todos com o GTA, quando houver alguma enfermidade, nós podemos rastrear onde esses animais andaram. No caso específico de Rolante, não havia trânsito com o GTA, então fica difícil para rastrear onde foi essa doença”.

Segundo o veterinário, Giovane Diedrich, o mormo tem duas fases, a aguda e a crônica. A fase aguda afeta mais os asininos e os muares. E a fase crônica os equinos. Esses sintomas geram desde lesões cutâneas, ulcerações de mucosas nasais e oral nos animais, como também sintomas respiratórios, como descarga nasal purulenta e sanguinolenta. Os sintomas do mormo podem confundir muito com outras infecções que dá em cavalos, como o famoso garrotilho e também outros problemas pneumônicos, com exceção das úlceras, que são bem características do mormo.

“O mormo para os humanos é considerada uma doença profissional, ou seja, os maiores infectados são os veterinários, os tratadores, os laboratoristas… Casos de infecção em humanos são mais raros, mas muito graves. Então não é simplesmente por estar passando um cavalo na rua que tu vai pegar mormo, deve haver um ambiente bastante contaminado ou um animal único contaminado, que a pessoa tenha um contato direto com ele”, salientou Santos.

Segundo o fiscal, para que haja o desfile, o promotor do desfile deve ter autorização da Secretaria Municipal da Cultura para promover o evento. Para que os animais participem do evento, eles devem possuir Guia de Trânsito Animal (GTA), e para conseguir retirar essa guia, os animais devem possuir atestado negativo de mormo e de anemia infecciosa.

“A Brigada Militar não tem condições de apoiar a secretaria na fiscalização na rua, pois é aberto. Nas reuniões que a gente participou com os cavaleiros, a maior preocupação tem sido de não desfilar se não houver a garantia de que não haverá animais sem testes. E essa garantia nós não temos como fazer”, finalizou Santos.

O Coordenador da 16ª Região Tradicionalista, Flávio Menezes, falou sobre o cancelamento do Desfile Farroupilha em Camaquã. Menezes lembrou que Camaquã não é a única cidade que cancelou o desfile: “A nível de Estado, praticamente 50% dos munícipios já cancelaram pela gravidade do Mormo.” Ele contou como foi a reunião que selou o cancelamento do evento: “Foi decidido, pela gravidade da doença, que não vai sair. Todos tiveram a mesma opinião”.

O coordenador falou do cuidado que é necessário ter para impedir a contaminação do Mormo: “O desfile, além dos cavalos, tem muitos caminhões com crianças. Alguns desfilam em cavalos, mas a maioria em caminhões, que também tem contato com o animal. Então isso é muito perigoso”.

Foi pensado pelas autoridades, fazer uma fiscalização para permitir somente a entrada de animais que estejam devidamente registrados e livres da doença. Mas não existe forma de garantir a segurança de todos. “A Brigada, para não deixar cavalos não autorizados entrar, teria que ter, por baixo, 50 policiais nas esquinas. Não existe esse efetivo em Camaquã, então ficou inviável, não tem condições de sair”.

O Coordenador da 16ª Região Tradicionalista, Flávio Menezes, falou sobre o cancelamento do Desfile Farroupilha em Camaquã. Menezes lembrou que Camaquã não é a única cidade que cancelou o desfile: “A nível de Estado, praticamente 50% dos munícipios já cancelaram pela gravidade do Mormo.” Ele contou como foi a reunião que selou o cancelamento do evento: “Foi decidido, pela gravidade da doença, que não vai sair. Todos tiveram a mesma opinião”.

O coordenador falou do cuidado que é necessário ter para impedir a contaminação do Mormo: “O desfile, além dos cavalos, tem muitos caminhões com crianças. Alguns desfilam em cavalos, mas a maioria em caminhões, que também tem contato com o animal. Então isso é muito perigoso”.

Foi pensado pelas autoridades, fazer uma fiscalização para permitir somente a entrada de animais que estejam devidamente registrados e livres da doença. Mas não existe forma de garantir a segurança de todos. “A Brigada, para não deixar cavalos não autorizados entrar, teria que ter, por baixo, 50 policiais nas esquinas. Não existe esse efetivo em Camaquã, então ficou inviável, não tem condições de sair”.

A Secretária de Cultura e Turismo de Camaquã, Marla Lessa Crespo afirmou que diversas atividades estão sendo programadas para a Semana Farroupilha. “O nosso rodeio acontecerá normalmente, pois em ambientes fechados temos como fiscalizar”. Marla concluiu dizendo que a beleza do evento não será prejudicada devido ao cancelamento do desfile.