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Após saída do PSDB, Luciano Delfini assina com PTB

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Antes mesmo de começar o pleito de 2016, uma disputa interna dividia parte do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Em maio de 2015, Luciano Delfini recebeu a missão da direção do partido de reorganizar a sigla em Camaquã, com foco nas eleições municipais. Vale lembrar que o partido era histórico aliado do Partido Progressista (PP), com a dobradinha João Carlos Machado e Elecy Freitas, o Jaburu, na eleição de 2000. Desde então a sigla fazia parte dos governos de PP e PMDB.

Luciano esteve à frente de negociações, que resultaram na entrada de Ivo Ferreira no partido. A partir daí o prefeito de Camaquã se articulou nos bastidores, impondo sua candidatura. Delfini já ensaiava concorrer à prefeitura, mas foi voto vencido pelo grupo do atual prefeito. O racha estava formado novamente.

Já no início de 2016, Ivo assumiu diretamente as negociações com demais siglas partidárias, buscando apoio para sua candidatura. Afirmava dispor de recursos financeiros, item raro no pleito daquele ano, já que passava a ser proibido doação de empresas à campanhas eleitorais. O atual chefe do Executivo não encontrou em nenhuma grande sigla um nome que aceitasse concorrer como seu vice. Delfini iniciou então sua “carreira solo”, buscando uma vaga no Legislativo.

No início de junho de 2016, Ivo Ferreira chegou a apresentar o atual secretário de Cultura, Turismo e Desporto, Mário Garcia, como seu pré-candidato a vice-prefeito no pleito. No entanto, um erro no processo de filiação partidária de Garcia no Partido Verde (PV) o impediu legalmente de concorrer. Ivo escalou o empresário Jair Martins, também do PSDB, como seu vice na chapa.

Com o início da campanha eleitoral, Delfini e Ivo se mantiveram distantes, apenas cumprindo formalidades e assuntos de interesse comum. Com a eleição de Ivo, o distanciamento entre os dois persistiu. Decidido de que não havia mais clima para permanecer em seu PSDB, Delfini iniciava, nos bastidores, a procura por um novo partido. A ida de sua esposa para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), de Sérgio e Marcelo Moraes, dava indícios de que este também deveria ser o destino do vereador, o que foi confirmado nesta terça-feira (27).

O racha entre Ivo e Delfini ficou mais evidente quando o PSDB teve um revés na Justiça Eleitoral, em novembro passado, em que os três vereadores da sigla tiveram seus registros cassados. A acusação é de que o partido teria fraudado a cota de gênero para eleição para vereador. Quando recorreu da decisão da justiça, a sigla teria excluído Delfini da assessoria jurídica que o partido teria oferecido aos outros dois vereadores do PSDB, sem prévio aviso ou justificativa.

Com o início da janela para troca partidária, de 08 de março, a saída de Delfini já era dada como certa, já que parlamentares eleitos em eleições proporcionais, como deputados e vereadores, tem a cada dois anos, prazo de 30 dias para trocar de partido sem perda do mandato. Delfini entregou nesta terça-feira (27) sua carta de desfiliação do PSDB, e assinou simbolicamente sua ida ao PTB, onde deve concorrer a deputado estadual, conforme adiantamos na semana passada.