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Associação de familiares de vítimas do caso Kiss afirma que a causa do movimento perdeu força em Santa Maria

Foto: Airton Lemos
Foto: Airton Lemos

Durante uma  coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira (26), representantes da Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), do Coletivo Kiss: Que Não Se Repita e do Eixo Kiss do Coletivo de Psicanálise de Santa Maria  avaliaram que após dez anos, o engajamento da população de Santa Maria na causa perdeu força.

“A complexidade (do assunto) é tamanha que tentam lançar cortinas de fumaça para confundir o público. Isso fere os familiares, sobreviventes e promove terror e uma confusão generalizada que dificulta para gente construir uma narrativa para que todos entendam seu lugar. A associação teve que ter uma posição muito incisiva e forte na luta por justiça para conquistar espaços. Acredito que o julgamento sequer teria acontecido se não fosse essa pressão constante e incansável. As ondas de esquecimento e de apagamento são constantes, e a gente acredita que são mais fortes por causa da impunidade,” ressaltou, Gabriel Rovadoschi (sobrevivente e presidente da associação) AVTSM.

Para o integrante do Coletivo Kiss: Que Não Se Repita, André Polga, presente na coletiva, as opiniões sobre a tragédia sofrem uma polarização principalmente, nas redes sociais:

“A gente sente bastante hostilidade aqui em Santa Maria e no Rio Grande Sul. A gente vem acompanhando os comentários, a repercussão dos projetos e das mobilizações que os coletivos vêm realizando. O que nos entristece bastante é a gente ter que receber um produto audiovisual em grandes emissoras e plataformas para ter uma virada de chave da população sobre o que aconteceu”, relata.

Questionado pela reportagem da Acústica FM, sobre qual avaliação fazia do  acompanhamento aos sobreviventes por parte do poder público, Gabriel Rovadoschi criticou o que ele considera ausência do Estado e afirmou que mais pessoas deveriam estar no banco dos réus respondendo penalmente. Gabriel salientou que veiculação de séries como o lançamento da Netflix e o documentário do jornalista Marcelo Canellas ajudam a fazer com que uma tragédia como essa não se repita.

Nesta sexta dia 27, a tragédia da boate Kiss completa 10 anos. Para marcar a data que ceifou 242 vidas e deixou mais de 630 com marcas físicas e psicológicas, a Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), em conjunto com o Coletivo Kiss: Que Não Se Repita e o Eixo Kiss do Coletivo de Psicanálise de Santa Maria, preparou uma programação com diversos painéis de discussão e homenagens que estão acontecendo na Praça Saldanha Marinho, centro de Santa Maria.

Confira:

Dia 27 – sexta-feira:

• 10h – Abertura e culto ecumênico;

• 13h45 – Soltura dos balões;

• 14h – “Mães y Madres: Kiss e Cromañón”, com Nilda Gomez (Familias Por La Vida – Argentina) e Mães da AVTSM;

• 15h30 – “O Caso Kiss: até quando a justiça vai servir à impunidade?”, com Tâmara Soares (advogada que representa a AVTSM no litígio internacional), Paulo Carvalho (pai do Rafael e diretor jurídico da AVTSM) e Pedro Barcellos Jr (advogado que representa a AVTSM no processo penal);

• 17h – “Por que prevenção vale a pena?”, com Antonio Berto (pesquisador chefe do Laboratório de Segurança ao Fogo e a Explosões no Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT) e Rogério Lin (superintendente da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e membro da Associação Brasileira de Proteção Passiva Contra Incêndio – ABPP);

• 19h – 10 anos do ‘‘Kiss: que não se repita” – apresentação da campanha “Tempo Perdido”;

• 20h30 – “Por que contar essa história 10 anos depois?”, com Daniela Arbex (jornalista e autora do livro “Todo Dia A Mesma Noite: A História Não Contada Da Boate Kiss”) e Marcelo Canellas (jornalista e diretor da série “Boate Kiss: A Tragédia de Santa Maria”);

• 22h – Encerramento com Juliana Pires (cantora santa-mariense);

Dia 28 – sábado:

• 20h – Missa em homenagem aos 242 jovens – Basílica Nossa Senhora Medianeira.