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Atletas brasileiros terão atendimento médico remoto durante as olimpíadas

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O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) está coordenando o projeto de telemedicina do esporte do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), recurso que permitirá a médicos baseados no Rio de Janeiro prestar atendimento à distância aos atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos de 2012.

A abertura do evento está prevista para o próximo dia 27, em Londres, na Inglaterra, e deverá contar com a presença da presidenta Dilma Rousseff. Os Jogos Olímpicos de Londres se estenderão até o dia 12 de agosto.

Um primeiro teste do equipamento de videoconferência foi efetuado na última sexta-feira (20). Participaram do teste mais dois hospitais do Rio de Janeiro, por meio de salas próprias de videoconferência, além da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, e do Centro de Treinamento Crystal Palace, em Londres. Outras duas sessões clínicas estão programadas para os dias 3 e 8 de agosto, envolvendo unidades de saúde da rede pública e privada.

O vice-diretor do Into, João Matheus Guimarães, revelou hoje (24) que a tecnologia permitiu a médicos no Brasil discutir casos clínicos de alguns atletas que estavam em Londres.  “Exatamente para a gente dar uma segunda opinião e um apoio logístico, até mesmo de um especialista, para aquele colega que está lá, na ponta”.

Muitas vezes, o médico que está dando atendimento em Londres não domina todas as áreas da ortopedia, e como o Into é especializado nesse campo, consegue dar apoio técnico importante, segundo Guimarães. O modelo de assessoramento remoto na área médica vem sendo utilizado pelos Estados Unidos na Guerra do Iraque, informou o vice-diretor do Into.

A Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) e o Hospital Samaritano são algumas instituições que participam do projeto de telemedicina do esporte, em desenvolvimento pelo Into já há algum tempo.

“Ele [o projeto] começou como uma parceria do  Ministério da Saúde com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, no sentido de a gente ter essa rede de telemedicina ligada às grandes universidades do país e do mundo, e que permite fazer de maneira online e ao vivo contatos com outras cidades”, segundo Guimarães.

Esse foi o ponto de partida para que o Into sugerisse ao COB levar o sistema aos Jogos Olímpicos de Londres, relatou. “Essa ideia está sendo um piloto. Dando certo, a gente vai oferecer esse serviço no Rio de Janeiro, quando os Jogos Olímpicos forem aqui [2016]”.

O diretor médico do Hospital Samaritano, Fernando Gjorup, comentou que essa tecnologia “veio para ficar”. Sua importância transcende a área do esporte, acrescentou, uma vez que pode ser aplicada no Brasil, em regiões onde não há especialistas. Segundo Gjorup, isso pode ser feito remotamente, em qualquer situação.

No campo esportivo, salientou que  a  tecnologia permitirá à delegação brasileira ter acesso, de uma forma remota, “a médicos que falam a sua língua, médicos em quem eles confiam”.

João Matheus Guimarães explicou que, caso um atleta estrangeiro  venha a se acidentar durante os Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro,  o primeiro atendimento será dado por médicos brasileiros, mas o médico do atleta  poderá, de seu país, acompanhar o caso e, inclusive, dar uma segunda opinião com relação à conduta traçada aqui.

Robôs e tablets (computadores em forma de prancheta) serão utilizados para transmitir aos especialistas brasileiros imagens de alta definição de problemas que venham a ser sofridos pelos atletas brasileiros em Londres. Essas ferramentas permitem que ocorra a videoconferência, integrando os médicos nos dois países.