As obras de duplicação de um trecho da BR-116, no Rio Grande do Sul, estão lentas e podem parar em razão do atraso de repasses de verbas que chegam a R$ 40 milhões. A estrada, que hoje possui pista simples, é considerada a principal ligação entre o o Sul do estado com a Região Metropolitana de Porto Alegre.
A obra que deixaria a estrada mais segura, com mais espaço para os motoristas e melhor sinalização, praticamente não avança. E os lotes agora parecem um deserto. Em muitos trechos, não há operários nem máquinas. Em outros, o trabalho está concentrado basicamente na terraplanagem. “Hoje, o pessoal é bem inferior à quantidade que já teve há bastante tempo”, diz o aposentado Luis Carlos Segaspini. O trecho em obras fica em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre e Pelotas, no Sul do estado.
Ritmo mais lento também nos acordos para as desapropriações, sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Renato Tomazi, por exemplo, vai perder parte do terreno e da casa para a obra. Porém, até agora, dois anos depois do começo da obra, não sabe o que vai acontecer pois, alega que ainda não foi procurado pelo Dnit. “A gente está esperando a indenização. Não apareceu ninguém para conversar com a gente. Está tudo parado e nada”, reclama.
Ritmo do trabalho também diminui
No sul do estado, o ritmo do trabalho também diminuiu. No lote 7, em São Lourenço do Sul, a obra está parada desde janeiro. Estruturas das pontes estão abandonadas e o material de construção que já começa a se perder. Parte do aterro foi embora pelos bueiros de drenagem.
Segundo o Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem em Geral (Sicepot-RS), o Dnit deve R$ 40 milhões para as empresas responsáveis pela obra e os repasses estão atrasados há mais de três meses. A obra de duplicação, que começou em 2012, já deveria ter ficado pronta no ano passado.
“Se o atraso continuar nesse ritmo ou aumentar, a tendência é de que as obras venham a parar. Aí, não há prazo de conclusão”, afirma do presidente do sindicato, Ricardo Portella.
O Dnit informou que quatro dos nove trechos da BR-116 que estão em obras apresentam problemas que não são de competência do departamento. Sobre o atraso nos repasses, o órgão disse apenas que a disponibilidade de recursos depende do orçamento geral da União e que os cronogramas estão sendo ajustados à capacidade financeira do departamento.