O presidente da República, Jair Bolsonaro, não sancionou o projeto de lei que dá igualdade salarial entre homens e mulheres. A proposta, apreciada nessa segunda-feira (26), volta para o Congresso Nacional e provoca um mal-estar, sobretudo nas bancadas femininas do Senado e da Câmara.
Esta luta histórica das mulheres vem de muito tempo. Para a advogada Camila Braga, este tema quase nunca é falado quando se trata da equiparação salarial entre homens e mulheres. Segundo ela, quase não há ruídos sobre este assunto.
“É muito silencioso isso. Ninguém vai falar que foi feita a promoção porque prefere o homem no lugar de uma mulher, porque se esta mulher está em idade fértil, talvez, ela tenha que assumir responsabilidades maternas. Talvez, ela tenha que sair para acompanhar um filho já existente a um médico. Aí, ela não teria tanto comprometimento ao trabalho, quanto um homem. O que a gente teria que discutir é porque o homem não tem esse comprometimento com a família, com os filhos, e fica tudo a cargo só da mulher”.
A advogada afirma, também, a dificuldade de provar que existe discriminação na hora de promover um trabalhador.
“O mérito, dentro das empresas, é que é mais dificultoso de você ver o preconceito. Você identificar ali o detrimento de uma pessoa, de uma mulher mais preparada em relação a um homem menos preparado”, ressalta.
Na semana passada, o senador Irajá Silvestre (PSD-TO) enviou, ao presidente da República, um comunicado solicitando a devolução do projeto. Segundo o senador, o pedido teria sido feito pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).