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Brasil tem 32 milhões de crianças e adolescentes na pobreza

Foto: Ilustração | Pixabay
Foto: Ilustração | Pixabay

Cerca de 32 milhões de meninas e meninos vivem na pobreza, no Brasil, com restrição de renda, alimentação, educação, moradia, água, saneamento e informação, além de estarem expostas ao trabalho infantil. Esse número representa 63% do total de crianças e é um dos resultados da pesquisa “As Múltiplas Dimensões da Pobreza na Infância e na Adolescência no Brasil”, lançada nesta terça-feira (14), pelo Unicef.

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Liliana Chopitea, chefe de Políticas Sociais, Monitoramento e Avaliação do UNICEF no Brasil, explicou que esses dados não retratam um cenário diferente do que já existia no Brasil, mas que exige atitudes rápidas do novo governo do país.

Em 2021, o percentual de crianças e adolescentes que viviam em famílias com renda abaixo da linha de pobreza monetária extrema alcançou o maior nível dos últimos cinco anos. No caso da alimentação, o contingente de crianças e adolescentes privados da renda necessária para uma alimentação aumentou quase 40%. Já na educação, a taxa de analfabetismo dobrou de 2020 para 2022.

Ainda de acordo com o Unicef, o impacto é maior na população mais vulnerável, como negros e indígenas, e moradores das regiões Norte e Nordeste. Entre crianças e adolescentes negros e indígenas, 72% estavam na pobreza multidimensional em 2019, contra menos de 50% de brancos e amarelos.

Com relação à moradia, um em cada dez crianças e adolescentes vive em moradia inadequada no Brasil. O problema se concentra no Norte do País, com três estados apresentando indicadores de moradia inadequada superiores a 20% – Amazonas, Amapá e Roraima.

O acesso à internet e à televisão apresentou melhora, entre 2017 a 2020, com percentual de crianças e adolescentes conectados de quase 90%.

Já quando se fala e, trabalho infantil, os últimos dados disponíveis são de 2019, quando mais de 2 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos estavam em situação de trabalho infantil no Brasil.

Liliana Chopitea afirmou ainda que o Unicef espera que o novo governo reconfigure as políticas de proteção social no Brasil, para trazer um cenário mais positivo ao país.

A pesquisa foi realizada pelo UNICEF, com apoio da Fundação Vale, e utilizou dados oficiais do Brasil, com Pnad Contínua relacionados a oito dimensões: Renda, Alimentação, Educação, Trabalho Infantil, Moradia, Água, Saneamento e Informação.