O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) apresentou
denúncia contra dez pessoas no caso envolvendo venda de carnes de cavalos para
hamburguerias de Caxias do Sul. O produto era utilizado na confecção de bifes
utilizados em lanches vendidos aos consumidores.
Na denúncia a qual a equipe de jornalismo da Acústica FM
teve acesso, o MP detalha o modus operandi com que os criminosos trabalhavam.
As carnes, de origem clandestina, eram armazenadas sem os mínimos cuidados, como
refrigeração, por exemplo.
Em um dos trechos da denúncia, Daniel Gnoatto, apontado como
o principal comprador de carnes de cavalo já desossadas, e que sabia da origem do
produto, negocia com Marcos André de Bortoli, proprietário da hamburgueria
clandestina Filé Papa Burguer. Bortoli adquiria em torno de 700 quilos da carne
semanalmente.
Na conversa, o proprietário do estabelecimento relata
pedaços de crina de cavalo e até esterco misturados na carne.
“Opa Daniel. O seguinte, a carne de hoje não tava legal ta?
Encontrei pedaço até de esterco no meio da carne. Tinha um pedaço até da
garganta aí, tinha cocô junto, carne gorda, pelo branco na carne, hoje tava
horrível a coisa.”, diz Bortoli.
Durante a deflagração da operação “Hipo”, os agentes flagraram
Daniel Gnoatto tripulando um veículo Fiorino carregado com duas porções de cinco
quilos ensacadas, que seriam entregues por ele para consumo.
A carne foi submetida à análise de DNA e microbiológica, que
deu 100% positiva para carne de cavalo.
Além de Daniel Gnoatto e Marcos André de Bortoli, o
Ministério Público denunciou também Reny Mezzomo, Eduardo Mezzomo, Sirlei Mezzomo, Alexandre Gedoz, Teresinha
Gedoz, Ismael Lima, Robson Kemerich Samoel e Airton Miguel Pires Brando.