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Chega a 21 o número de pacientes mortos após cirurgia realizada por médico de Novo Hamburgo

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

 O número de supostas vítimas do cirurgião de Novo Hamburgo
João Couto Neto, 46 anos, tem aumentado, desde o início da investigação da
Polícia Civil (PC). Até o momento, 82 pacientes registraram boletim de
ocorrência em que afirmam serem vítimas de lesões ou mutilações após
procedimentos feitos pelo médico. Nesta quinta-feira (29), foram confirmadas o total de 21
mortes, que teriam acontecido após procedimentos cirúrgicos realizados pelo
médico.

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De acordo com a polícia, a linha de investigação segue a
tese jurídica de dolo eventual, ou seja, quando a pessoa assume o risco e não
existem provas suficientes se o médico teria agido de forma intencional, neste
caso, podendo caracterizar o homicídio doloso, quando há intenção de matar. Em
torno de sessenta depoimentos já foram colhidos para o inquérito. Nos próximos
dias, mais 15 pessoas vão ser ouvidas com uma equipe que foi destacada para
atender ao caso, em razão do volume de informações e denúncias que chegaram à
delegacia.  

O Delegado responsável pela investigação, Tarcísio Kaltbach,
revela, em entrevista para a Rádio Acústica FM, que apesar da experiência de 20
anos de carreira, o caso chama muito atenção pelo número de vítimas e pelos
relatos das pessoas que registraram ocorrência.

“Ele realizava procedimentos com estado de ânimo alterado,
por muitas vezes agressivo, perfil intimidador, não fazendo também o uso
adequado de higienização, como luvas, jalecos, mascaras, atendendo pacientes
até sujo de sague” concluiu.

Desde 12 de dezembro, o médico está afastado de cirurgias e
intervenções invasivas, o que se estenderá por 180 dias. O consultório está
fechado e ele responde ao processo sem poder se ausentar da Comarca. O conselho
Regional de Medicina Abriu uma sindicância que tem prazo de 90 dias para
transcorrer, podendo ser prorrogada pelo mesmo período. A comissão formada
trabalha de forma paralela ao inquérito policial.

O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers),
Eduardo Trindade, concedeu entrevista para a Rádio Acústica FM, e explicou como
funciona este processo.

“São levantadas todas as informações, todas as denúncias que
são passam por uma avaliação colegiada que toma uma decisão pela abertura ou
não processo ético profissional, que eventualmente se confirmando essas informações
ele pode sofrer condenações e até cassação profissional”, relata o conselheiro.

No início do mês, o Hospital Regina, uma das instituições
onde o médico atuava, informou à imprensa que foi formada comissão para apurar
internamente os fatos. A medida ocorreu no mesmo dia em que houve um protesto
na instituição. Nessa quarta-feira (28), o hospital mandou nota na qual afirma
que está “colaborando com as autoridades na investigação”

O advogado de João Couto Neto, Diego Mariante, disse que vai
se manifestar assim que tomar conhecimento da íntegra do inquérito policial.