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Chico Diabo: o camaquense que matou um ditador e colocou fim a Guerra do Paraguai

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado
internacional ocorrido na América Latina. Foi travada entre o Paraguai e a
Tríplice Aliança, composta pelo Império do Brasil, Argentina e Uruguai. Ela se
estendeu de dezembro de 1864 a março de 1870.

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Mas um camaquense, teve papel fundamental para o término
desta guerra. José Francisco Lacerda, vulgo Chico Diabo, lutou na Guerra do
Paraguai e ficou famoso por ter matado o ditador paraguaio Francisco Solano
López, na batalha de Cerro Corá (1º de março de 1870).

Chico nasceu numa família de poucos recursos e, ainda
menino, empregou-se na carniçaria de propriedade de um italiano, em São
Lourenço do Sul, município vizinho à Camaquã, sua terra natal. Nesta carniçaria
fabricava produtos como charque, linguiça e salame.

Em 1863, quando contava apenas 15 anos, Chico descuidou-se
da vigilância e um cão entrou no recinto onde estava guardada a carne,
devorando alguns pedaços. Ao tomar conhecimento do ocorrido pelo próprio Chico,
o italiano passou a agredi-lo. O menino tomou de uma faca usada no seu trabalho
e matou seu patrão. De imediato, fugiu a pé para a casa de seus pais, onde
chegou na manhã do dia seguinte, portanto caminhando um dia e uma noite sem
parar para descanso.

Ao ver um vulto, ao longe, a mãe de Chico exclamou:

“Garanto que é aquele diabinho que vem vindo ”

Por causa desta frase, ganhou o apelido de Chico Diabo que o
acompanharia pelo resto da vida.

Os pais, com medo de que o filho sofresse represálias,
providenciaram sua mudança para a propriedade de seu tio Vicente Lacerda, em
Bagé.

Em 1865, passou pelo local um destacamento dos Voluntários
da Pátria, comandado pelo então Coronel Joca Tavares, que ia se juntar às
forças brasileiras que combatiam no Paraguai. Convidado a integrar ao
contingente, Chico aceitou.

Na Guerra do Paraguai, Chico, já então promovido a cabo,
celebrizou-se por haver matado, na Batalha de Cerro Corá, o ditador Francisco
Solano López
, com um certeiro golpe de lança na virilha. O golpe foi
aparentemente fatal, embora, na sequência, o soldado gaúcho João Soares, tenha
alvejado López com um tiro de revólver.

No entanto, Chico recebeu como recompensa cem vaquilhonas
(vacas que ainda não deram cria). Tomou ainda para si a faca de prata e ouro
que López levava quando foi morto e na qual constavam, gravadas em ouro, as
iniciais FL, coincidentemente as mesmas do nome de Chico. A lança usada pelo
militar brasileiro no episódio encontra-se no Museu Histórico Nacional, no Rio
de Janeiro.

Ao retornar do Paraguai, em 1871, Chico casou-se com uma
prima, Isabel Vaz Lacerda, com quem teve quatro filhos, e trabalhou como
capataz em várias estâncias.

O nome de Chico ficou consagrado popularmente em uma
quadrinha muito em voga na época: “O Cabo Chico Diabo, do diabo Chico deu
cabo”.

Faleceu repentinamente, em 1893, quando se encontrava no
Uruguai a serviço de Joca Tavares. Para receber os restos mortais do marido,
anos depois, a viúva Isabel teve que contratar um uruguaio para roubá-los. Seu
corpo foi sepultado novamente no Cemitério da Guarda, em Bagé. Em 2002, foi
colocada uma lápide sobre o túmulo, por iniciativa do núcleo de pesquisas
históricas daquela cidade gaúcha.

 

Túmulo de Chico Diabo, localizado no cemitério da guarda, em
Bagé (RS). Foto: CristianPLeivas – Obra do próprio, CC BY-SA 4.0,

Fonte de pesquisa: Wikipedia