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Cidades do interior do RS cancelam carnaval e investem em outras áreas

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Com dificuldades de destinar verbas para festas de carnaval, prefeituras do interior do Rio Grande do Sul estão investindo em outras áreas, ou então diminuindo as festas tradicionais. Ao menos cinco municípios já anunciaram modificações nos calendários.

Em Encruzilhada do Sul o desfile foi cancelado. O representante da Secretaria Municipal da Fazenda, Luis Ronaldo Soares Martins, informou que devido às dificuldades de ordem financeira atravessadas atualmente pelo Executivo Municipal, não será possível destinar recursos para o Carnaval.

No ano passado, o valor destinado pela Prefeitura para cobrir as despesas com o Carnaval chegou a R$ 120 mil. Tal importância foi para as escolas de samba, blocos carnavalescos, som, segurança e banheiros químicos.

As escolas e blocos afirmam que, sem o repasse da prefeitura, não têm condições para realizar os desfiles. A falta de repasse por parte do Executivo já era esperada por algumas entidades carnavalescas, as quais manifestaram o desejo de aproveitar o cancelamento dos desfiles de rua, para realizar investimentos na área física dos barracões.

Diante da situação, ficou acertado por unanimidade entre os representantes das entidades carnavalescas e Executivo Municipal, o cancelamentos dos desfiles de rua em 2016.

Em Cruz Alta, na Região Noroeste do estado, a decisão de cancelar o carnaval, conhecido como o terceiro maior do Rio Grande do Sul, ocorreu em conjunto com as escolas de samba. A verba que seria aplicada será destinada à reforma de um abrigo para crianças e adolescentes.

A Secretaria da Cultura ofereceu R$ 45 mil para cada uma das cinco agremiações que participam dos desfiles, o que não foi aceito pelos presidentes. O valor, segundo o vice da liga das escolas de samba, é muito menor do que o que é gasto com fantasias, carros alegóricos e infraestrutura.

Em Santo Ângelo, na Região das Missões, o desfile foi cancelado pelo mesmo motivo: dinheiro. A prefeitura havia oferecido R$ 20 mil para ajudar nas despesas, o que foi considerado insuficiente pelos organizadores. A Secretaria de Turismo, Esportes, Juventude e Lazer negou aumento de verba.

“Infelizmente, em 2016, a crise financeira impossibilitou a realização do evento. Seria incoerente investir mais recursos no carnaval quando está faltando verbas para outras áreas mais urgentes para a comunidade”, explicou o secretário Marcos Mattos.

Em Campinas do Sul, na Região Norte, cidade de pouco mais de 5 mil habitantes, a festa patrocinada pela prefeitura nas ruas da cidade costuma reunir diversos blocos. Neste ano, porém, não haverá folia.Os R$ 40 mil que seriam gastos com shows e decoração serão usados na reforma do Hospital Municipal. Dos 42 leitos, 36 estão sendo totalmente reformados. A obra começou há uma semana e tem prazo de 90 dias para terminar. Ao todo, serão gastos R$ 600 mil.

Em Pelotas, na Região Sul, a retirada de cerca de R$ 1,8 milhão praticamente inviabiliza a festa. No ano passado, os investimentos públicos no carnaval foram de R$ 2,1 milhões. Para este ano, ficaria em R$ 300 mil. Haveria, assim, uma mudança no evento, que não teria passarela de samba.

Sem o dinheiro, as entidades carnavalescas decidiram não aceitar a proposta da prefeitura. O município, tradicionalmente, realiza cinco dias de desfiles. Os cerca de R$ 300 mil que seriam aplicados no carnaval serão destinados a projetos das entidades carnavalescas, projetando o evento de 2017.

O município de Taquari, no Vale do Taquari, decidiu pelo cancelamento do carnaval no dia 7 de janeiro, após uma reunião do prefeito, Emnanuel Hassen de Jesus, com representantes das escolas de samba. O dinheiro que seria usado para as festas será repassado para área da Saúde e para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). O custo do carnaval taquariense seria de R$ 190 mil.