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Combate ao trabalho infantil reúne equipes de campo

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Para conscientizar produtores sobre a não utilização de menores de 18 anos na cultura do tabaco, o SindiTabaco (Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco), empresas associadas e Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil) está apostando no trabalho dos orientadores agrícolas. As equipes de campo estão sendo treinadas desde maio deste ano para repassar a mensagem de que o trabalho no plantio, colheita, beneficiamento ou industrialização do tabaco só é permitido a partir dos 18 anos.

Em Blumenau, o Treinamento Crescer Legal – Desafios para uma Consciência Sustentável reuniu 115 profissionais das equipes de campo do Alto Vale catarinense. Realizado nos dias 4 e 5 de setembro, no Viena Park Hotel, foi o sétimo de uma série de 12 eventos que até o final de outubro reunirá 1,2 mil orientadores agrícolas, supervisores e avaliadores das empresas associadas ao SindiTabaco e da Afubra em torno do tema trabalho infantil.

O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, abriu o evento falando da importância dos orientadores para a conscientização dos produtores rurais sobre o tema. “Sabemos que houve inúmeros avanços no sentido da conscientização. Entretanto, enquanto tivermos uma única criança trabalhando, ainda teremos um problema a ser resolvido. Além de protegermos crianças e adolescentes, estamos protegendo o mercado brasileiro de tabaco, que desde 1993 é considerado o maior exportador mundial. Em 2011, o tabaco brasileiro foi destinado para mais de 100 países e a União Europeia levou mais de 40% da produção. Nossos clientes buscam um tabaco de qualidade e integridade, bem como um produto sustentável”, frisou Schünke.

De acordo com a legislação vigente, a idade mínima para ingresso no mercado de trabalho é de 16 anos. Algumas atividades de aprendizagem estão liberadas a partir dos 14 anos, desde que acompanhadas. No tabaco, o argumento legal está ancorado em uma recomendação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), regulamentada pelo Brasil por meio do decreto nº 6.481, de 2008, que coloca o tabaco na lista de formas de trabalho proibidas para menores de 18 anos.

PREJUÍZOS DO TRABALHO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES:
– Prejudica a saúde e o desenvolvimento físico e psíquico;
– Riscos de doenças infecciosas, desnutrição e fadiga precoce;
– No sistema nervoso, a exposição crônica ao trabalho irregular pode desencadear tontura, irritabilidade, insônia, dificuldade de concentração e baixo rendimento escolar;
– Dificuldade para estabelecer vínculos afetivos, gerando adultos tímidos;
– Maior incidência de repetência e abandono da escola;
– Empobrecimento do meio rural: quanto mais prematura a inserção no mercado de trabalho, menor a renda auferida ao longo da vida;
– Diminui a credibilidade do produto brasileiro no mercado mundial, podendo prejudicar a exportação do produto para clientes internacionais.

As atividades do treinamento continuaram no dia 5 de setembro e foram orientadas pelos professores da Escola de Negócios da Universidade Positivo, de Curitiba. O papel das organizações, do produtor, do orientador e da sociedade no combate ao trabalho infantil na cultura do tabaco foram alguns dos temas discutidos pelo grupo, bem como os princípios da sustentabilidade e cases sobre o impacto da mão de obra infantil em setores produtivos.