Mesmo após o anúncio do presidente Michel Temer na noite deste domingo (27), os caminhoneiros não demonstram interesse em pôr fim à greve, que já dura oito dias. A categoria considera insuficiente as propostas do governo. A paralisação traz reflexos no dia a dia da população. Em Camaquã, desde a manhã da última quinta-feira (24), não tem mais gasolina e etanol nos postos da cidade e interior.
Mas não é só a falta de combustível que afeta a vida dos camaquenses. Quem visita os supermercados, já notou a falta de produtos básicos, como hortifrúti, carnes e laticínios. Os itens com validade curta, de modo geral, são os mais afetados.
As aulas da rede pública estadual foram suspensas nestas segunda-feira, e muitas faculdades também tiveram de interromper o calendário letivo. As instituições municipais de ensino não alteraram as aulas. A Uniasselvi suspendeu as aulas hoje, e a Fundasul deve definir no início da tarde se mantém ou não as aulas. A Ulbra já havia informado que suspenderia as aulas nesta segunda-feira, assim como a UFPel e UCPel.
Os dois maiores distribuidores de gás de cozinha (GLP) não têm mais o produto em estoque. Ainda há registro do produto em revendedores menores, e alguns comércios, como mercados e padarias.
O transporte público intermunicipal também opera com redução, em Camaquã. O transporte em ônibus urbanos não foi alterado. A frota de táxi opera de forma reduzida, já que não há combustível na cidade. Quem for utilizar os ônibus intermunicipais, deve entrar em contato com a Rodoviária Estadual de Camaquã (51.3671-1404).
A Associação Comercial e Industrial de Camaquã e o Sindicato dos Dirigentes Legistas da Costa Doce (Sindilojas) realizaram um ato na última sexta-feira (26) em apoio à greve. As entidades pediram aos seus associados que fechassem suas empresas às 17h e se dirigiram para o Trevo de Acesso Norte do município.
Como não há trânsito de caminhões, e com o desabastecimento de combustível, o número de veículos circulando pelas vias da região é pequeno. Tanto no final de semana, quanto nesta segunda-feira, a BR-116 tem registrando movimento muito abaixo do normal neste oitavo dia de greve.
Os órgãos segurança e os serviços de emergência seguem inalterados. A emissora entrou em contato com as polícias Civil e Militar, e o Corpo de Bombeiros, que afirmaram que postos mantém um reserva para estes órgãos.