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Economia e Agricultura

Compra pública de arroz começa no final de abril pela fronteira oeste do RS

Em entrevista coletiva, a Conab oficializou a antecipação da execução dos Contratos de Opção de Venda (COV) do alimento.

A União, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento, vai antecipar, de agosto para abril, a execução dos Contratos de Opção de Venda (COV) de arroz, com pagamento de até 20% acima do preço mínimo ao produtor por saca.

Conab vai comprar arroz de produtores nacionais pagando acima do mínimo. Foto: Airton Lemos
Conab vai comprar arroz de produtores nacionais pagando acima do mínimo. Foto: Airton Lemos

A medida foi oficializada nesta sexta-feira, na sede da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Porto Alegre.

De acordo como o governo federal, a intenção é garantir renda ao produtor, estimular a produção para atender ao consumo interno e formar estoques públicos.

O Rio Grande do Sul é o estado que mais teve participação nos leilões de COV realizados no ano passado. Ao todo, foram firmados 2.165 contratos com produtores gaúchos, o equivalente a 58,5 mil toneladas de arroz.

O Contrato de Opção de Venda é uma modalidade de seguro de preços que dá ao produtor rural ou à sua cooperativa o direito, mas não a obrigação, de vender seu produto para o governo, em uma data futura, a um preço previamente fixado.

“No final de abril, que é o que diz a norma, nós podemos concretizar o projeto quando a safra terminar. Então, a safra está sendo concluída na fronteira oeste, e é lá que nós começamos, então, o contrato de opção.

E, durante o mês de maio, quando for avançando a colheita para outras regiões, a gente começa também a formar a antecipação do contrato para aquele momento”, explicou o presidente da Conab, Edegar Pretto.

Em entrevista coletiva, o presidente da Conab, Edegar Pretto, lembrou que o governo federal iria comprar até 500 mil toneladas de arroz de pequenos e médios agricultores. No entanto, houve resistência de alguns representantes do setor, como a Federarroz que vê a medida como intervencionista.

“O governo disponibilizou R$ 1 bilhão para contrato de opção. Fizemos divulgação e o que vimos, por parte de representantes do setor, foi uma crítica de que nós estávamos colocando um preço muito baixo, que, naquele momento, era baixo realmente.

Mas fizemos uma leitura de mercado. Como é um crédito emergencial específico para esse fim, o dinheiro retornou para o Tesouro e não pode mais ser usado.

Desse montante, apenas R$ 162 milhões foram utilizados. Hoje, o preço de mercado está, em média, R$ 80 aqui no Rio Grande do Sul. Lá na fronteira oeste, a média de preço é R$ 77.”

O governo pretende pagar ao produtor R$ 87,62 por saca de 50 quilos, incluindo custos logísticos e financeiros. Quem optar por vender seu produto para a Conab ao final da colheita, prevista para abril e maio, receberá R$ 82,85 por cada saco de 50 kg .

Questionado pela Acústica sobre como a medida do governo federal poderia refletir no preço pago pelo consumidor, Edegar Pretto ressaltou que a União espera que o arroz tenha o valor reduzido ainda mais na gôndola do supermercado.

“O preço que caiu na gôndola dos supermercados não foi reduzido no mesmo volume que ocorreu no valor pago ao produtor.

Mas o preço médio, na nossa opinião, deve cair mais para o consumidor. Ainda não está no patamar que achamos justo, comparado com a queda do preço para o agricultor.

Dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), divulgados nesta quinta-feira (20), mostram que, da área total cultivada no estado, 39% foi colhida.

Em contrapartida, há um recuo nas cotações. Conforme o indicador Cepea/Irga-RS, o valor da saca teve queda de 19,2% nos últimos 30 dias. A entrada da safra costuma ser um período de baixa nos preços, pois a oferta aumenta.