Na última terça-feira (10), o presidente da Cooperativa de Cereais de Camaquã (Coopac), Volzear Longaray, concedeu uma entrevista para discutir os desafios enfrentados pelos produtores rurais, com foco na securitização das dívidas agrícolas. Durante a entrevista ao vivo, o cooperativista expôs seu ponto de vista sobre as políticas governamentais e a necessidade de articulação dos agricultores para garantir remuneração e estabilidade na cadeia produtiva.
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Volzear Longaray destacou que os produtores têm vivido momentos de incerteza, principalmente quando medidas governamentais impactam o preço do arroz, um dos principais cereais do país. Ele relembrou a tentativa do governo de importar arroz tailandês após eventos climáticos adversos, o que teria colocado em risco a qualidade e a segurança alimentar no mercado nacional. Segundo ele, a discrepância entre preços e custos de produção tem prejudicado os agricultores, que enfrentam dificuldades para investir na modernização e manutenção dos insumos essenciais à produção.
Ao abordar a formação e o fortalecimento da Coopac, Volzear ressaltou que a união dos pequenos e médios produtores é essencial para enfrentar desafios em bloco. Por meio da cooperativa, iniciaram-se projetos que vão desde o armazenamento e beneficiamento do arroz até estratégias para ampliar as exportações, dinamizando a cadeia comercial. O presidente também destacou a importância de entidades como o IRGA, que, embora desempenhem papéis históricos na pesquisa e desenvolvimento, precisam assumir uma postura mais ativa na promoção dos produtos brasileiros no mercado internacional.
Entre os pontos da entrevista, o tema da securitização das dívidas agrícolas ganhou relevância. Volzear revelou que há uma mobilização crescente entre os produtores para que o governo retome e aperfeiçoe os contratos de securitização – mecanismo que, no passado, foi decisivo para assegurar os insumos e o abastecimento, mesmo em momentos de crise. Com a aproximação de reuniões em Brasília, a expectativa é que novas medidas sejam anunciadas, possibilitando uma redução nos juros e uma remuneração que esteja de acordo com os custos de produção.
Concluindo a conversa, o presidente da Coopac enfatizou que, apesar das dificuldades, a organização dos produtores e a união das entidades representativas podem promover mudanças no setor. “Quando os produtores agem em bloco, conseguimos transformar a realidade do campo e alinhar as ações governamentais com as necessidades da produção,” afirmou. O debate na entrevista deixa claro que, para além das questões econômicas, existe uma luta por reconhecimento e respeito à importância do agricultor na garantia da segurança alimentar nacional.