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Coronavírus pode mudar ou alterar o comportamento? Saiba o que diz a ciência

Foto:  Divulgação
Foto: Divulgação

A pandemia de Covid-19 entrou no seu auge em março de 2020, levando as pessoas de todo o mundo ao isolamento forçado. Hoje, após quase dois anos é evidente o quanto uma parcela da população desenvolveu problemas neurológicos resultantes do Coronavírus, que persistem ou se intensificaram.

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De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro Médico Irving da Universidade de Colúmbia, em Nova York, após se recuperarem do vírus, uma quantidade alarmante de pacientes permanece com confusão mental, ansiedade, depressão, dificuldade de raciocínio, perda de memória e dificuldade para formar palavras. Nem todos os infectados chegaram a ser internados, pois alguns tiveram apenas infecções leves.

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A coordenadora da pesquisa Maura Boldrini, neurocientista e psiquiatra detalha: “Esses problemas estão sendo classificados como uma síndrome mais ampla, conhecida como “covid longa”, que inclui ao menos 203 sintomas em 10 sistemas do organismo humano”, afirma.

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Uma ampla variedade de tratamentos está em estudo para evitar reações exageradas do sistema imune. O remdesivir, tratamento antiviral intravenoso, foi aprovado para pacientes internados; dois novos antivirais orais, o molnupiravir da Merck e o Paxlovid da Pfizer, demonstraram reduzir internações hospitalares e mortes de pacientes com risco de desenvolver o estado grave da doença. 

A compreensão dos efeitos do Coronavírus pode gerar implicações muito amplas. Boldrini preservou algumas dezenas de cérebros de pacientes mortos em decorrência do vírus. Ao comparar tecidos de pacientes que apresentaram sintomas neurológicos com aqueles sem esses sintomas, ela espera esclarecer o papel da inflamação em inúmeras doenças neurodegenerativas. “Por mais devastadora que seja esta doença”, prossegue ela, “talvez nos ajude a entender melhor o funcionamento do cérebro”, esclarece.