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Dengue: aumento da infestação coloca Porto Alegre em alerta

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O monitoramento das 772 armadilhas do mosquito transmissor da dengue na Capital indicaram, nesta semana, que a infestação está 23 vezes maior do que no mesmo período do ano passado. Em 2015, a quantidade de Aedes aegypti ficou no nível satisfatório a partir do dia 14 de junho. Entretanto, nos últimos dias, houve considerável aumento, e a tendência é que atinja um nível de infestação moderada, indicando que o calor registrado neste inverno está antecipando a reprodução dos insetos. Esse cenário deve impactar no próximo ano, pois os ovos do mosquito podem permanecer em ambiente seco por um período de até 500 dias, eclodindo em contato com a água.

Luiz Felipe Kunz Júnior, da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) de Porto Alegre, explica que as mudanças no clima não alteram apenas a floração das árvores, mas também o metabolismo dos insetos. Os dias quentes associados às chuvas de julho influenciaram no aumento das larvas. “Na mesma semana de 2014, tivemos uma infestação de fêmeas adultas de 0,01. Hoje, são 0,23. Isso faz com que nos mantenhamos alertas para qualquer caso que possa vir de fora. Se acontecer, precisaremos aplicar inseticida para evitar a proliferação”, diz, ressaltando que, frente a esse panorama, a população precisa tornar o combate às larvas uma rotina.

Quanto mais tardio é o aumento da população dos mosquitos, mais reduzida se torna a situação de risco epidemiológico de transmissão. Assim, a preocupação da CGVS é de que aconteça em 2016 o mesmo que aconteceu em 2013, quando foram registrados 150 casos autóctones (contraídos dentro da cidade). O inverno de 2012 foi bastante quente e impactou no ano seguinte.

“Tememos uma situação semelhante. Em 2013, alguns bairros, como Bom Jesus e Partenon, apresentaram uma epidemia localizada da doença. Outros fatores impactam nessa possibilidade, como o número de pessoas que chegam com dengue de outros municípios e também a situação viral do País”, explica.

Neste mês, foi confirmado o primeiro caso importado de dengue no segundo semestre, de um morador do bairro Rio Branco que viajou para a Bahia. Como a infestação do vetor estava em nível satisfatório, não foi necessária a aplicação de inseticida no entorno da residência. Com este caso, chega a 70 o número de pacientes com dengue em Porto Alegre em 2015, sendo 17 contraídos na cidade.

De acordo com os meteorologistas do Sistema Metroclima, os efeitos do El Niño, que influenciam no calor e nas chuvas, são sentidos desde o outono e tendem a se intensificar entre agosto e setembro.