Categories: Política

Deputada solicita audiência pública sobre combate ao trabalho análogo à escravidão

Diante das notícias que chocaram o Rio Grande do Sul a respeito do resgate de mais de 200 trabalhadores em condições análogas à escravidão na Serra Gaúcha, a deputada Luciana Genro (PSOL) solicitou audiência pública sobre o assunto. As vítimas trabalhavam na colheita de uvas para uma empresa terceirizada que presta serviços para vinícolas daquela região.

Os trabalhadores relataram à polícia que eram submetidos a jornadas exaustivas e dívidas impagáveis com o empregador, além de relatarem atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, assédio moral e alimentos estragados. Oriundos da Bahia, eles eram recrutados ainda em suas cidades e trazidos para o Rio Grande do Sul pela empresa Oliveira & Santana.

“É inaceitável que casos como esse sigam ocorrendo no nosso estado. Estou empenhada a auxiliar no combate a explorações como essa, e a realização de uma audiência pública pode contribuir para que se pense em novas formas de combater o trabalho escravo, além de reunir todos os atores envolvidos no suporte a estes trabalhadores e na investigação dos casos”, afirma Luciana Genro.

A deputada também é autora do projeto de lei 50/2021, que propõe uma punição mais rígida para empresas flagradas cometendo este tipo de exploração. A proposta determina o cancelamento da inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS das empresas envolvidas, assim como impede que os sócios das empresas envolvidas exerçam outras atividades no mesmo ramo por cinco anos.

A audiência será realizada pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos. O requerimento de Luciana Genro precisa ser aprovado pelos demais deputados da Comissão, devendo ser votado na sessão da próxima quarta-feira (01/03).

Serão convidados a participar da audiência: Representação do Ministério do Trabalho; Ministério Público do Trabalho; Representação do Ministério dos Direitos Humanos; Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos, da Saúde e da Proteção Social do Ministério Público Estadual; Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado; Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos; Representação da Organização Internacional do Trabalho – OIT-Brasil; Conselho Estadual de Direitos Humanos; Conselho Nacional de Direitos Humanos; Central Única dos Trabalhadores; Intersindical; CSP-Conlutas; e demais entidades e associações da sociedade civil.


Na última sexta-feira (24), os trabalhadores encontrados na situação de trabalho análogo à escravidão iniciaram o retorno para casa. A operação foi deflagrada na quarta-feira (22), pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

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O poder público montou, no Ginásio Municipal de Esportes, uma estrutura de campanha com logística para o Ministério do Trabalho, alimentação, banho com a disponibilização de itens de higiene, equipe de saúde para atender os trabalhadores, equipe da Assistência social para solicitação de documentos ou outros atendimentos como psicológico e roupas através da Central do Agasalho do Gabinete da primeira-dama. O empréstimo dos colchões foi realizado pelo exército. Além dos servidores da Defesa Civil e secretaria de Segurança integrando a ação.

Foto: Christiano Ercolani
Redação de Jornalismo

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