Representantes regionais do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiágua/RS) criticaram a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) durante entrevista na manhã desta quinta-feira (12) na Rádio Acústica FM. O diretor regional do Sindiágua, Fábio Jean Gonçalves e a conselheira fiscal, Catiane Peter Pacheco, representaram cerca de 5700 trabalhadoras da categoria, além de 3500 aposentados.
Conforme o diretor, são os trabalhadores da Corsan que levam saneamento para todo o Estado. A proposta de privatização já foi debatida em países considerados de primeiro mundo, após a oferta de serviço desqualificado, acabaram realizando a reestatização.
Segundo Gonçalves, a proposta do governador Eduardo Leite de privatização da Companhia é um projeto político contra a sociedade gaúcha: “A Corsan não é uma empresa de dar lucro, precisa ser superavitária”, declara. Na atualidade, o município tem autonomia para fazer cobranças necessárias a Corsan. Durante entrevista apontou um exemplo de privatização em Uruguaiana: “empresa que oferece um serviço de péssima qualidade”, declara.
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No decorrer dos anos, outras greves e manifestações foram deflagradas pelos associados do Sindiágua, contribuindo para uma maior qualidade de vida dos associados, melhor remuneração e crescimento da consciência social dos trabalhadores. O Sindicato também é filiado à Federação Nacional dos Urbanitários (FNU).
Nesta terça-feira (10), as cidades das Regionais da Corsan amanheceram paralisadas no Rio Grande do Sul. Os trabalhadores e trabalhadoras da Companhia paralisaram para realização do ato em defesa da estatal. Em função do projeto do governador Eduardo Leite de privatizar a Corsan às pressas contrariando sua promessa de campanha de não privatizar as estatais, servidores organizaram a paralisação para manifestar a contrariedade a decisão do Governador do Estado.
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A Companhia é responsável por 317 municípios e possui uma cobertura de 96,57% no saneamento. A previsão é atingir é atingir 99% até 2033 possuindo total condições cumprir as metas do Marco Legal do Saneamento. Com a privatização da Companhia, os municípios pequenos por não serem economicamente viáveis poderão ficar sem atendimento, pois não possuem atrativos para a iniciativa privada.
Entidades como a Famurs, criou grupos de trabalhos para debater benefícios e consequências da privatização.
Sobre o Sindiágua
O SINDIÁGUA, sigla que sintetiza a longa denominação de Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do Rio Grande do Sul, foi reconhecido oficialmente a 1º de agosto de 1985, quando recebeu sua Carta Sindical do Ministério do Trabalho.
Os trabalhadores da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), no entanto, já estavam organizados pelo menos desde 1968, quando em plena ditadura militar foi criada a Associação Profissional dos Trabalhadores de Água e Esgotos. O mesmo ano, aliás, em que três setores em especial realizaram passeatas e manifestações de protesto por melhores condições de vida e contra a falta de liberdades democráticas: o Movimento Estudantil, o dos Trabalhadores e a Frente Ampla, que agregava diversos partidos políticos e representantes da sociedade civil.
Um dos primeiros enfrentamentos assumidos pelo Sindicato, com mobilização da categoria, aconteceu em 1987, ao lado de entidades de funcionários da CRT e CEEE. O governador eleito Pedro Simon não pretendia cumprir o reajuste salarial que previa o pagamento da URP (Unidade Referencial de Preços). Houve um duro enfrentamento com o governo – com corte no fornecimento de água, telefone e energia elétrica – e o benefício salarial foi mantido. Neste ano, saiu a primeira edição do jornal da categoria, o Berro D´Água. Em 1988, o Sindicato conquistou para seus associados o vale-alimentação, um direito dos trabalhadores ainda pouco difundido na época.