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Dom Feliciano abre inscrições para aulas de gaita pela “Fábrica de Gaiteiros”

Fotos: Prefeitura/Divulgação
Fotos: Prefeitura/Divulgação

O município de Dom Feliciano abre
inscrições gratuitas para crianças e adolescentes participarem da “Fábrica de
Gaiteiros”. Aulas de acordon para o grupo entre sete e 15 anos, serão
ministradas pelo professor Éder Nunes, que já dividiu palco com o músico, Renato
Borguetti.

O projeto é uma iniciativa que
busca o resgate cultural e educação musical. Integrando a cidade de Dom Feliciano,
são 15 unidades recebendo estudantes no Estado. Para participar é necessário
realizar a inscrição através de formulário online.

Após a tabulação, um e-mail será
enviado ao aluno disponibilizando o prazo de dois dias para comparecer na
unidade escolhida e efetuar a matricula com o professor. A inscrição pode ser
cancelada, caso o aluno não realize a matricula corretamente. As inscrições estão
abertas até 30 de novembro.

O diretor de cultura, Érico
Rakowski, e o secretário adjunto de educação, Renan Ferreira, estiveram
visitando a sede no município de Barra do Ribeiro para incluir Dom Feliciano na
rota do projeto. Na ocasião foram recebidos pelos diretores Newton de Grande e
Renato Borghetti.

 

Sobre:

A Fábrica de Gaiteiros é um
projeto voltado à sociedade que forma alunos de acordeão diatônico, instrumento
conhecido popularmente na região sul do Brasil. Um projeto que ajuda a manter
viva a cultura do Rio Grande do Sul. Voltado à educação musical de crianças e
jovens de sete a 15 anos.

 

História:

Fábrica de Gaiteiros (a Gaita
Social)

Os chineses 2.700 a.c.
desenvolveram um instrumento onde o ar fazia vibrar palhetas produzindo um som,
aproveitando a acústica da boca. Foi chamado TCHENG ou CHENG que viria ser a
origem do acordeão.

Em 1822 o austríaco Cyrillus
Demian constrói o 1º acordeão como conhecemos hoje. Era um acordeão diatônico.

No Brasil, chega ao Rio Grande do
Sul pelas mãos dos imigrantes alemães por volta de 1836 e pela chegada da
imigração Italiana a partir de 1875, primeiro trazendo instrumentos importados
e logo em seguida começando a fabricá-los.

O acordeão parece simplesmente 2
caixas retangulares com um fole no meio. O que não se vê são as centenas de
componentes que fazem com que as palhetas vibrem saindo os mais diversos sons.
Melodias e acordes regionais, modernos, universais entre outros.

A madeira correta para a caixa de
ressonância e castilhos, o papelão para o fole, o aço para as dezenas de
palhetas determinam a boa qualidade do instrumento.

No Rio Grande do Sul ele se chama
gaita e é um instrumento emblemático, principalmente no tradicionalismo. Não
existe festa de CTG sem a gaita.

Esta quadrinha anônima recolhida
pelo folclorista Paixão Cortes resume a entrada da gaita no cenário cultural do
Rio Grande do Sul. Segundo ele, posterior à metade do século XIX a então
Província de São Pedro do Rio Grande do Sul passou da música fandanguista para
a música acordeonista ou do ciclo da viola para o ciclo da gaita , ou seja, a
gaita foi um divisor de águas na história da música gaúcha. Mas o que poucos
sabem é que o Estado já sediou mais de 20 fábricas e foi referência mundial na
fabricação de acordeões ou gaitas.

Estas fábricas foram responsáveis
pela história do acordeão no Brasil e, como vemos, quase todas estão
desativadas ou passaram a fabricar outros produtos.

Unir esta tradição proporcionando
inclusão social, aumentando a auto-estima e espírito de coletividade, ao mesmo
tempo estimulando a sensibilidade e conhecimento da cultura local é a
finalidade do projeto, com uma gaita social, que estimula crianças e jovens a
se interessarem pelo instrumento, oferecendo aos mesmos as devidas condições
para o aprendizado e para futura aquisição do instrumento, criando uma
verdadeira Fábrica de Gaiteiros.

A intenção da Fábrica de Gaiteiros
é a fabricação de um acordeão 8 baixos não só para iniciação, mas que possa
também se transformar em um instrumento definitivo, pela qualidade que se
pretende imprimir. Outro aspecto importante do projeto está ligado ao conceito
socioambiental do instrumento, confeccionado com madeira certificada de
eucalipto, proveniente de plantios renováveis.

Como surgiu:

O acordeonista gaúcho Renato
Borghetti, em suas viagens e shows pelo interior do Brasil e Rio Grande do Sul,
recebe milhares de correspondências e pedidos verbais de fãs e admiradores.
Entre tantas demandas, passou a carregar consigo algumas que considerou
especiais: aquelas que solicitavam doação de gaitas ou auxílio para aquisição
do instrumento, demasiadamente caro para os padrões brasileiros. “Essas cartas
e e-mails me fizeram perceber o quanto era restrito o acesso da gaita-ponto aos
interessados de baixa renda, evidenciando, assim, a carência de um projeto que
permitisse o estímulo e a inclusão de jovens talentos na perpetuação da
autêntica cultura gaúcha, através da gaita de oito baixos,” comenta Renato.