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Em meio à crise, setor agropecuário cria mais de mil empregos no RS

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Dos oito setores da economia pesquisados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, apenas dois encerraram 2015 contratando mais do que demitindo. No Rio Grande do Sul, a administração pública criou 173 postos de trabalho. Nesse caso, se explica pela estabilidade legal dos servidores. O destaque positivo mesmo ficou para a agropecuária. Foram criados 1.159 empregos nas propriedades rurais no ano passado.

Economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz atribui o resultado à safra recorde registrada em 2015. “Isso é um resultado direto do aumento da produção, na safra 2015. Como nós aumentamos a nossa produção, nós tivemos uma safra recorde. Apesar da crise, apesar dos problemas, nós conseguimos gerar empregos indo na contramão dos demais setores da economia, que infelizmente desempregaram”.

Antônio explica na prática a necessidade de gerar novos empregos em 2015 na agropecuária. “Nós temos um ponto de equilíbrio para cada hectare. Nós precisamos um número x de pessoas envolvidas no processo. Como nós aumentamos a área plantada, produzimos mais, a gente precisou de mais pessoas nas fazendas trabalhando, operando máquinas agrícolas, cuidando da fertilidade do solo, do desenvolvimento das lavouras, criando terneiros. Nós precisamos mais gente envolvida no processo produtivo”.

O economista-chefe da Farsul lembra que quando a agropecuária vai bem, outros setores acabam sendo beneficiados. Não o suficiente para um ano de crise aguda, claro, mas ajuda. “E isso causa um impacto positivo nos demais setores, porque se eu tenho mais grãos, mais pecuária produzida nas fazendas, eu preciso de mais gente para escoar essa produção das fazendas e levar para a indústria, levar para o porto. Então eu preciso de mais gente envolvida no setor de transporte e preciso de mais gente para receber esse produto na indústria. Então eu preciso de mais pessoas envolvidas no beneficiamento desse produto agropecuário”.

Para Antônio da Luz, não se pode colocar toda a culpa pela crise na economia na crise política. “Eu não acho que o Brasil está como está simplesmente por questões políticas. Nós não éramos uma Suécia, uma Dinamarca até um ano atrás. Nós sempre tivemos problemas políticos. Eu acredito que a crise que nós temos ela é econômica. Porque nós viemos tomando decisões econômicas equivocadas nos últimos anos”, critica o economista.

Ele cita alguns desses equívocos. “Erros na condução do orçamento. Nós geramos um alto gasto público, nós não tivemos o cuidado necessário com a inflação e nós demos os incentivos errados para as empresas ao invés de promover reformas que pudessem trazer competitividade”.