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Em meio a tumultos, professores decidem encerrar paralisação no RS

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Em assembleia realizada na tarde desta sexta-feira (11), em Porto Alegre, os professores públicos estaduais decidiram suspender a greve da categoria. A paralisação foi iniciada no dia 31 de agosto, em função do parcelamento do salário do funcionalismo – a segunda parcela, no valor de R$ 800, foi paga ontem.

A assembleia do Cpers foi realizada no Pepsi On Stage, na zona norte da Capital gaúcha. Houve tumulto após a decisão sobre o fim da paralisação e confusão entre os grevistas. Isso ocorreu devido à forma de votação que definiria o final ou a continuidade da greve. Todos os servidores portavam um cartão que deveria ser erguido para uma ou outra opção. Os participantes do ato votaram de forma dividida. Ainda assim, a diretoria do sindicato considerou que o fim do movimento foi a escolha da maioria.

Alguns professores que estavam em frente ao palco, onde foi montada a mesa diretora da assembleia, derrubaram uma grade de proteção e tentaram invadir o palco onde estava a diretoria do Cpers. O grupo foi contido por seguranças. Ainda assim. jogaram cadeiras, copos e garrafas plásticas. Alegando falta de segurança, a presidente do sindicato, Helenir Schürer, encerrou o ato.

“Vimos que a maioria quis o final da greve. Dentro do salão ficou dividido, mas os professores que estavam na rua decidiram”, relata. Como o Pepsi On Stage tem capacidade para cerca de 2.500 pessoas, cerca de 500 servidores assistiram a assembleia do lado de fora do prédio, onde um telão foi instalado.

A visão da líder do Cpers foi contestada pela ex-presidente da entidade, Rejane de Oliveira. De acordo com ela, a direção atual não contou os votos de forma individualizada para não correr o risco da greve não ser encerrada.

“A direção poderia ter o direito da dúvida. Deveria contar e contando ninguém ficaria com dúvida e a vontade da categoria seria respeitada”, afirma. Ela diz que tentará anular o ato a partir do estatuto da entidade.

Aulas

As aulas na rede estadual de ensino voltam ao normal na segunda-feira (14). No entanto, haverá nova paralisação na terça-feira (15), quando todas as categorias irão realizar manifestações junto à Assembleia Legislativa. Nesse dia, ocorrerá mobilização dos servidores contra a votação de projetos do chamado “ajuste fiscal” do Piratini. Na quarta, contudo, as aulas retornam normalmente.

Propostas

As propostas que seriam votadas na assembleia dessa sexta-feira (11) foram decididas em uma reunião durante a manhã pelo Conselho Superior do Cpers, que conta com a representação dos 42 núcleos da entidade espalhados pelo Estado. Abaixo, a lista das propostas:

1- Manter a unidade com os demais servidores públicos; – APROVADA

2- Suspender a greve no dia 11 de setembro e retornar ao Estado de Greve acompanhando o Movimento Unificado dos Servidores e instituindo como dias de luta, com greve, nos dias 15 e 22 de setembro e todos os outros dias que tenham votações de Projetos que ataquem os direitos dos servidores e realizar Ato Unificado com trabalhadores do campo e da cidade; – APROVADA. A partir desse item, não houve votação já que, devido à confusão entre os participantes, a assembleia foi encerrada. Ainda assim, a direção do Cpers considerou a pauta integral aprovada.

-15/09: dia “D” dos Depósitos;

-22/09: dia de greves e paralisações dos trabalhadores dos setores público e privado, do campo e da cidade;

3- Fortalecer o Acampamento Unificado na Praça da Matriz, em Porto Alegre, contando com a participação de representantes de Núcleos da Região Metropolitana, somados a representantes de Núcleos do interior do Estado;

4- Realizar, a partir do dia 16 de setembro, plenárias unificadas com a população e campanha de pressão nos deputados e partidos em suas respectivas regiões. Campanha “Agora eu quero teu voto”. Produzir adesivos para carro sobre a campanha e distribuir em todo o Estado;

5- Realizar a colagem de cartazes pressionando os partidos de base do governo em todas as cidades do Estado;

6- Em havendo parcelamento de salário no próximo mês, realizar greve unificada de três dias, a cada data de parcelamento, iniciando dia 30 de setembro e seguindo nos dias 1º e 2º de outubro, conforme construção com o Movimento Unificado dos Servidores;

7- Ativar a Comissão de Mobilização em cada Núcleo;

8- Participar da agenda do Movimento Unificado dos Servidores, com o governo, no dia 15/09.