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Em nova fase da Leite Compensado, MP descobre adulteração para disfarçar leite azedo

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O Ministério Público (MP) deflagrou nesta quarta-feira (13), no Norte do Rio Grande do Sul, a oitava edição da operação Leite Compensado, que compreende uma sequência da última etapa realizada na região há cinco meses. Estão sendo cumpridos – nas cidades de Campinas do Sul, Jacutinga e Quatro Irmãos – seis mandados de prisão preventiva, três medidas cautelares (quando uma pessoa responde depois em liberdade, mas com algumas restrições) e oito de busca.

Desta vez, não foram detectadas substâncias cancerígenas nas 39 amostras coletadas, mas havia em todas sinais de adulteração, inclusive produtos químicos para esconder que havia leite azedo, com acidez elevada.

Segundo o promotor Mauro Rockenbach, uma transportadora que trabalhava para cooperativa de Gaurama, investigada na sétima edição, passou a atuar para outra de Campinas do Sul. A Cooperativa de Pequenos Agropecuários da cidade (Coopasul), que teve hoje o posto de resfriamento interditado, aceitava leite vencido ou com outros tipos de produtos da Transportadora Odair Ltda.

Ela recolhia dos produtores até dois dias depois do prazo normal e com isso o produto acabava estragando. O motivo era economizar combustível e reduzir o número de viagens.

A Coopasul aceitava leite azedo e adicionava água, bicarbonato de sódio e soda cáustica para corrigir a irregularidade. Dos 1,4 milhões de litros de leite produzidos por mês pela empresa, 600 mil eram oriundos da Transportadora Odair.

O promotor Alcindo Bastos diz que este montante é encaminhado para as indústrias Piracanjuba e Aurora, unidades em Santa Catarina, e Tangará Foods, no Vale do Taquari.

Prisões e apreensões
Depois de 22 prisões na sétima edição da Leite Compensado, em dezembro de 2014, apesar de todos terem sido soltos há cerca de três semanas, desta vez nove presos, quatro caminhões apreendidos e diversos outros produtos, materiais e documentos.

Até o momento, o transportador Odair Melati foi preso, e a mulher dele, Delair Melati, conduzida por cautelar e responderá em liberdade por administrar o esquema delituoso, tendo que se apresentar regularmente à Justiça. Também foi preso o presidente da Coopasul, Ariel Paulo Narzetti, por diluir leite velho com leite bom. Os motoristas Vilmar Bonfante, Franciel José Lazari e Ezequiel Ivan Sakrczewski foram detidos por adulteração. Já o chefe do laboratório, Douglas Bonfante, está sendo procurado.

A produtora de leite Lídia Bucior Poganski responderá em liberdade, mas não poderá atuar no ramo, por aceitar que fosse indicado até o triplo de leite coletado dela para mascarar o aumento de volume após a adição de água. Um contador, Hélio Marengo, indicado para alterar o imposto de renda da produtora, também responderá por meio de cautelar. Ele não poderá mais atuar com a transportadora Odair.