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Embrapa desenvolve produto para aumentar proteção e durabilidade do ovo

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Uma película de nanopartículas capaz de revestir a casca e conferir ao ovo propriedades como maior durabilidade e resistência a impactos está em estudo na Embrapa Aves e Suínos, de Concórdia, em Santa Catarina. Os pesquisadores buscam reduzir a permeabilidade da casca, que é porosa, e aumentar a proteção microbiológica do ovo. O objetivo é garantir a qualidade por mais tempo e ampliar o período de conservação.

O farmacêutico Francisco Noé da Fonseca, pesquisador da Embrapa Aves e Suínos, considera que a tecnologia ajudará na transferência do produto entre regiões, permitindo que atinja distâncias maiores, e na abertura de novos mercados para exportação. “O produtor terá mais tempo para distribuir os ovos”, afirma.

Segundo o pesquisador, com o revestimento, o tempo de prateleira dos ovos poderá ser ampliado sem a necessidade de refrigeração, garantindo valor agregado ao produto. Atualmente, o prazo de validade do ovo fora da refrigeração varia de duas a três semanas.

A pesquisa iniciou há sete meses e, neste período, já foram constatados alguns resultados preliminares. Os ovos revestidos com a película e mantidos em temperatura ambiente duram pelo menos um mês sem perder suas características. O ovo próprio para o consumo deve ter clara espessa e membrana da gema resistente. Com a ação do tempo, ocorre a degradação natural do produto. A clara vai ficando liquefeita e a membrana da gema se rompe mais facilmente. A lavagem do ovo in natura — feita em algumas indústrias, embora não obrigatória no Brasil — é um dos fatores que contribui para o menor tempo de validade. Isto porque o procedimento remove a película de proteção natural do ovo. “A ideia é simular esta película que a galinha faz naturalmente”, descreve Fonseca.

Os pesquisadores estão buscando em laboratório uma fórmula para aplicação da película em escala industrial. Nesta fase de testes, a substância está sendo aplicada com o uso de um spray. A Embrapa aposta na busca de empresas parceiras, tanto na parte de escalonamento da produção do composto nanoestruturado quanto em equipamentos para revestir os ovos. A segunda etapa consiste em validar a técnica por meio de parcerias com empresas e granjas, além de verificar a viabilidade econômica da tecnologia para pequenos e médios produtores. A pesquisa vai até começo de 2017.