A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) foi arrematada em leilão pelo Grupo Aegea, nesta terça-feira (20), na bolsa de valores de São Paulo, a B3. Após o evento, o consórcio Aegea disse vai manter a tarifa por pelos menos cinco anos conforme prevê o contrato. A regulação fica por parte da Agência de Regulação do RS.
O grupo Aegea foi o vencedor da disputa com uma oferta de R$ 4,151 bilhões, que representa ágio de 1,15% . Esse montante é um pouco acima do preço mínimo de R$ 4,1 bilhões, estipulado para a liquidação do patrimônio da Corsan. Apenas a Aegea apresentou proposta no certame. O Vice-presidente da empresa, Rogério Tavares, ao ser questionado pela reportagem da rádio Acústica FM, afirmou que a empresa vai manter o chamado subsídio cruzado, que é um sistema já usado pela Companhia, em que municípios que dão lucro, subsidiam os que são deficitários.
“Vamos continuar com a mesma tarifa, com o que está previsto. Isso é o que acontece em todos os leilões que a gente participa. Eu posso dar o exemplo do leilão do estado do Rio de Janeiro, porque foi o maior que a gente participou, e nós assumimos com a tarifa praticada pela companhia estadual, a Cedae. A questão do atendimento aos municípios menores e mais pobres será resolvida pela regionalização. Municípios maiores e menores devem ficar no mesmo bloco intercaladamente”, afirmou Tavares.
A Aegea é maior empresa do setor no Brasil, e já opera uma parceria público-privada (PPP) com nove municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre.
A realização do leilão da Corsan ocorreu após uma série de embates judiciais. Na segunda-feira (19), o governo do estado conseguiu garantir a realização da disputa para privatização da Companhia. O certame havia sido suspenso pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4) na última quinta-feira (15), mas uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) anulou a medida, a pedido do governo do Estado, na noite de segunda-feira.
O Governador Ranolfo Vieira Junior disse acreditar que o imbróglio judicial vai se resolver, mas entende que a insegurança jurídica promovida por várias ações na justiça contra a privatização afastou compradores.
“O controle externo dá um conforto ao administrador. Claro que talvez essa judicialização possa ter afastado outros investidores, mas de qualquer forma, o importante é que a privatização foi realizada.”, declarou Ranolfo.