O ano inicia com o percentual de famílias endividadas na casa dos 67,1%, fato que evidencia a continuidade do movimento de alta gradual e moderada da inadimplência, determinada pelo atual cenário econômico. O índice, no entanto, ainda não atinge valores historicamente elevados, isto é, superiores a 70%.
Em janeiro do ano passado, o percentual era de 44,8%. O dado faz parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor – PEIC-RS, divulgada pela Fecomércio-RS nesta terça-feira (26) e que ouviu 600 famílias do Estado. “O avanço do endividamento vem sendo contido pela desaceleração do consumo e do crédito.Fatores como inflação e juros elevados, redução da confiança das famílias e ao aumento da precaução também contém o endividamento voluntário”, elenca o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
A PEIC-RS de janeiro mostra pequena elevação na parcela da renda comprometida com dívidas, na média em 12 meses, passando de 31,3% em janeiro/2015 para 31,5% neste ano.
O tempo de comprometimento, ainda na média em 12 meses, permaneceu em 7,7 meses. O cartão de crédito segue como o principal meio de dívida dos gaúchos, apontado por 83,5% dos endividados, seguido por carnês (23,4%), cheque especial (14,0%) e financiamento de carro (12,1%). O percentual de famílias com contas em atraso cresceu significativamente em janeiro/2016 na comparação com o mesmo mês de 2015: saiu de 15,6% para 27,4%. “A deterioração acelerada no mercado de trabalho associada à inflação, acaba gerando uma pressão de aumento da inadimplência”, considera Bohn.
A média de famílias que não terão condições de regularizar nenhuma parte de suas dívidas em atraso no prazo de 30 dias atingiu 10,7% em janeiro/2016, crescendo em relação ao mesmo mês do ano passado (8,4%). “Os números vem mostrando que as famílias em inadimplência estão com dificuldades para sair dessa situação por conta do atual cenário econômico”, alertou o presidente da Fecomércio-RS.
