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Enem 2017: confira sete assuntos que podem cair nas provas

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O participante do Enem tem de ler um jornal por dia, uma revista por semana e um livro por mês. A dica é um chavão conhecido de quem frequenta cursos preparatórios. Fatos econômicos e políticos com grande repercussão social sempre marcam presença nas questões de Ciências Humanas – além de poderem motivar o tema da Redação.

O professor de história Rafael Bassi, do Unificado, afirma que problemas relacionados à Europa e aos desafios dos governos frente à crise econômica e às questões sociais têm grandes chances de aparecer na prova.

— Uma notícia sobre a saída dos Estados Unidos do acordo climático pode ser ponto de partida para uma questão sobre efeito estufa. Por isso, é importante ler o texto com atenção e relacioná-lo com o contexto atual — orienta o professor de geografia Cristiano Amorim, do Unificado.

Muitas vezes, o fato motiva uma questão que demanda do candidato um entendimento sobre direitos humanos, história ou geografia. Esta competência para relacionar conhecimentos com a “leitura” do tempo em que se vive é uma premissa do Enem.

O Enem quer que tu sejas um cidadão do mundo. Reflexivo, opinativo sobre os grande temas que vivemos hoje no planeta.

SAUL CHERVENSKI

Professor de geografia do Unificado

— Geralmente, são abordados temas atuais para que o aluno entenda as relações com o presente de conteúdos vistos em aula. “Aprendi sobre erosão, será que serve para alguma coisa?”. Serve, está ali uma questão que mostra isso. O que se quer é que a pessoa entenda o momento histórico que está vivendo — afirma o professor de geografia Saul Chervenski, do Unificado.

Segundo Chervenski, os fatos são pano de fundo, compõem uma situação-problema a partir da qual o aluno tem de usar seus conhecimentos para escolher a resposta mais adequada.

— Podem usar a situação da Venezuela para discutir conceitos de democracia, por exemplo. E aí, o aluno tem de saber que o viés que o Enem tem mantido é de defesa dos direitos humanos, da constituição e das leis acima de qualquer coisa — explica.

Atualidades nem tão atuais

Diante da abundância de informações, a presença de atualidades pode gerar estresse: há temas para os quais cada dia traz um novo capítulo. A crise política em que o país mergulhou desde 2013, por exemplo, movimenta o noticiário diariamente. Porém, este que tem sido o grande tema na vida dos brasileiros dificilmente motivará questões.

— Naturalmente, por ser um exame elaborado pelo governo, não fará uma crítica governamental. Pode-se comentar sobre sistemas de produção, por exemplo. Passamos por momentos difíceis desde 2014 — afirma Cristiano Amorim.

Apesar de as temáticas atuais estarem presente em muitas questões, fatos que ocorreram ao longo de 2017 têm pouca chance de aparecer na prova.

— O Enem funciona como banco de questões. Os professores selecionados mandam essas questões, que o Enem testa em sala de aula no início do ano. Essas questões vão para um banco e é desse banco que são retiradas. Em provas como a UFRGS, o que está acontecendo em setembro pode cair. No Enem, não. O exame não vai falar do furacão Irma, por exemplo — explica Saul.

Quer dizer: estar atento ao noticiário da segunda metade do ano não é inútil, já que grande parte dos participantes do Enem também concorre nos vestibulares tradicionais.

Sete temas para ficar ligado

É impossível afirmar com certeza quais fatos da atualidade serão abordados pelo Enem, mas há tendências. O Inep prioriza fatos internacionais que tenham ocorrido nos anos anteriores ao exame, a tempo de serem testados em escolas e, por fim, incluídos na prova. Confira temas prováveis, segundo os professores Cristiano Amorim, Rafael Bassi, Saul Chervenski e Vera Brandt.

Migração e refugiados

O mundo tem assistido a um aumento nos fluxos migratórios, sobretudo de refugiados. Um dos fatos por trás do fenômeno é a guerra na Síria. Apesar de o auge do conflito ter ocorrido em 2015, o tema segue atual. No ano que antecedeu março de 2017, por exemplo, o Reino Unido recebeu quase 5,5 mil refugiados sírios. Outra situação dramática ocorre na região africana da Bacia do Lago do Chade, que abrange países como Nigéria, Níger e Camarões. Milhões de pessoas foram removidas de suas casas nos últimos anos devido à violência do grupo armado Boko Haram.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), havia, em 2016, mais de 65 milhões de pessoas removidas à força de seus lares, incluindo refugiados, cidadãos em busca de asilo e apátridas.

 

Terrorismo e Estado Islâmico

Em Bagdá, foram 213 mortos. Em Bruxelas, 35. Em Jacarta, 17. O tamanho da tragédia varia, mas esses três atentados têm em comum o ano e a autoria: foram todos cometidos em 2016 por extremistas associados ao Estado Islâmico, movimento que dissemina uma versão radical do Islamismo e explora o poder da internet para ampliar o efeito amedrontador de seus atos. As lideranças mundiais tentam, mas não conseguem conter a atuação dos radicais.

Donald Trump na presidência dos EUA

A entrada do presidente Donald Trump no poder evidencia um cenário político diferente, que envolve o resgate do nacionalismo. É um tema possível.

CRISTIANO AMORIM

Professor de geografia do Unificado

Donald Trump é expoente de um fenômeno global: o resgate do nacionalismo, com consequências como medidas xenófobas e o acirramento de conflitos com possíveis desfechos militares. O presidente protagoniza ações polêmicas. Depois de se eleger prometendo construir um muro na fronteira com o México e mandar a conta para o país vizinho, Trump retirou a participação dos EUA no Acordo do Clima de Paris – em que quase 200 países se comprometem a adotar medidas para mitigar a contribuição humana para as mudanças climáticas. O mandatário também freou a reaproximação discreta entre EUA e Cuba iniciada por Barack Obama.

 

Questões de gênero

Motivo de duas questões no Enem de 2016, as questões de gênero podem muito bem aparecer novamente – inclusive como tema para a Redação. A situação da mulher no mercado de trabalho, tema de uma das questões, e os estereótipos de gênero, tratada na outra, estão entre as abordagens possíveis para a temática. Mas a violência contra a mulher e as minorias LGBTQ também tem chance de figurar no exame. Apesar de o casamento homoafetivo ser reconhecido no Brasil desde 2013, a homofobia ainda não é considerada crime no país e vitimou uma pessoa a cada 25 horas em 2016.

Mergulhada em uma crise sem precedentes, a Venezuela amarga índices econômicos baixíssimos e violência nas alturas. A população do país sofre com o desabastecimento e com embates frequentes entre opositores e defensores do governo, somados à violência estatal. Em 2015, a oposição venceu eleições parlamentares, aprofundando a crise institucional.

 

Fim da missão no Haiti

Em abril, a ONU aprovou o fim da missão de paz no país caribenho, após 13 anos. Uma nova missão, com a formação de uma força policial, se estenderá até 2018 a fim de manter a estabilidade até que o país recomponha suas próprias forças de segurança. A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) era comandada pelo Brasil e envolveu gastos de US$ 346 milhões. Teve início em 2004, após a rebelião que resultou na saída do então presidente, Jean-Bertrand Aristide.

Conflitos ambientais

A questão ocupa um lugar relevante na negociação de tratados internacionais.

— O Brasil é o terceiro país do mundo com mais conflitos ecológicos devido à exploração de minérios, disputa por terra e água, projetos de construção de hidrelétricas, unidades de conservação, grilagem, especulação imobiliária, violência e impunidade — afirma a professora Vera Brandt.

Crise venezuelana

Mergulhada em uma crise sem precedentes, a Venezuela amarga índices econômicos baixíssimos e violência nas alturas. A população do país sofre com o desabastecimento e com embates frequentes entre opositores e defensores do governo, somados à violência estatal. Em 2015, a oposição venceu eleições parlamentares, aprofundando a crise institucional.