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Entidades gaúchas se posicionam contra volta do programa Mais Médicos

Foto: reprodução/ Partido dos Trabalhadores
Foto: reprodução/ Partido dos Trabalhadores

Apesar de o programa Mais Médicos do governo Federal ainda não ter sido lançado oficialmente, duas entidades médicas do Rio Grande do Sul se posicionaram contra a volta do projeto. A reação do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e do Conselho Regional de Medicina (Cremers) surgiu após uma coletiva de imprensa feita pela nova ministra da Saúde, Nísia Trindade, na qual ela  afirmou que é “prioridade” dos primeiros cem dias do novo governo retomar a iniciativa. A gestão, no entanto, pretende oferecer incentivos para participação maior de profissionais brasileiros.

Segundo o presidente do Simers, Marcos Rovinski, o Brasil possui o número necessário de médicos e não há a necessidade de profissionais estrangeiros, principalmente que não tenham exame de revalidação.

“Acreditamos que nós temos o número necessário de médicos aqui no Brasil, tornando desnecessária qualquer vinda de médicos estrangeiros sem comprovação de possam atender a população de forma adequada.  Nós temos o segundo maior número de escolas de medicina do mundo, perdendo somente para a índia. Seria mais um vez uma situação paliativa, que  não resolve o problema estrutural, em alguns locais do país. Só vamos conseguir atendimento para a população mais distante, quando tivermos um plano de carreira de estado, que ofereça melhor condição de trabalho, segurança no contrato e remuneração adequada. Não adianta pegar um médico que não tem comprovação de competência, não tem exame de revalidação, e colocar lá no interior do Brasil, onde não há laboratório, não tem hospital e medicamento”, afirmou.

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Jáo presidente do Cremers, Carlos Orlando Sparta, não é contra a vinda de médicos estrangeiros, desde que façam o Revalida. No entanto, ele entende que, no Brasil, há formação de médicos o suficiente para atender a demanda do  Rio Grande do Sul, por exemplo.

“Nós vemos com preocupação, porque não sabemos o preparo desses médicos. Temos certeza de que o Rio Grande do Sul tem profissionais suficientes, com formação adequada e que cumpriram todos os requisitos legais para atuar na profissão. É necessário somente a estrutura, que tem que ser oferecida pelo Estado e pelo hospital.  Em 2022, nós tivemos 2.700 novos médicos ativos em todos o RS, o que é muito bom”, destacou.

Lançado no governo Dilma Rousseff (PT), o programa causou polêmica em parte da comunidade médica brasileira pela alta contratação de profissionais cubanos. A iniciativa, no entanto, foi desmontada pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que acusava o PT de dar dinheiro a Cuba, classificada por ele de ditadura comunista. Na gestão anterior, o programa deu lugar ao Médicos pelo Brasil.