Em reunião realizada nesta quarta-feira (10), o Conselho
Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), Associação
Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) e Sindicato Médico do Rio Grande do Sul
(Simers) solicitaram esclarecimentos à Faculdade de Medicina da Universidade
Luterana do Brasil (Ulbra) a respeito das 480 novas vagas de Medicina abertas
recentemente no Rio Grande do Sul.
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Durante o encontro, as entidades médicas fizeram
questionamentos com relação à estrutura que será oferecida aos alunos. “Não
temos o conhecimento do corpo docente, quais serão os hospitais, as unidades de
saúde, se há laboratórios, nada. Primeiro deve-se organizar a estrutura
necessária para formar esses alunos e depois se pensa no credenciamento”,
afirmou o presidente do Cremers, Carlos Sparta.
A abertura dos cursos ocorre após uma decisão da Justiça
favorável à ampliação. Com isso, serão lançadas seis faculdades médicas no
país, sendo três no Rio Grande do Sul, com 160 vagas em Porto Alegre, 160 em
Gravataí e 160 em São Jerônimo.
Outro ponto apontado pelas entidades foi a rapidez do
processo. As inscrições foram abertas no dia 2 e foram encerradas no dia 5. O
início das aulas está marcado para 22 de maio. “Nos causa estranheza a pressa.
Além disso, não me parece que haja um estudo adequado para a abertura dessas
vagas. Estamos formando anualmente 2,7 mil médicos e passaremos a formar 3,2
mil, em um mercado que já está saturado”, ressaltou o presidente do Simers,
Marcos Rovinski.
A preocupação das entidades médicas é com a formação médica
de qualidade e o atendimento seguro da população. “Se chegarmos a um milhão de
médicos no país nos próximos anos, a assistência à sociedade será precária,
pois não teremos capacitação, qualificação e resolutividade para este montante”,
pontuou o presidente da Amrigs, dr. Gerson Junqueira Júnior.
Segundo a Ulbra, foram cumpridos todos os pré-requisitos
necessários para a abertura das novas vagas. Porém, inicialmente, os cursos
irão oferecer apenas três disciplinas teóricas. A universidade entregou um
ofício com os esclarecimentos às questões apresentadas pelas entidades. “Não
ficamos satisfeitos com as respostas apresentadas e por isso vamos tomar outras
providências, incluindo o ingresso em vias judiciais”, concluiu o presidente do
Cremers, Carlos Sparta.
Para o Cremers, a abertura de novas graduações médicas devem
estar condicionadas aos seguintes critérios: a oferta de cinco leitos públicos
de internação hospitalar para cada aluno no município sede do curso;
acompanhamento de cada equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) por no
máximo três alunos de graduação no município sede do curso; e a presença de
hospital de ensino com mais de cem leitos exclusivos para o curso no município
sede do curso.
Participaram da reunião o presidente do Cremers, Carlos
Sparta, o presidente da Amrigs, Gerson Junqueira Jr, o presidente do Simers,
Marcos Rovinski, o presidente da AELBRA (mantenedora da Ulbra), Carlos Augusto
Melke Filho, o vice-presidente da AELBRA, Antônio Carlos Romanoski, o diretor
da Faculdade de Medicina da Ulbra, Marcelo Teodoro Ezequiel Guerra, o
Superintendente de Educação Superior da AELBRA, Fabiano Pereira Alves, o
Superintendente Jurídico da AELBRA, João Pedro Palhano Melke e o Diretor
Jurídico da AELBRA, Tárik Alves de Deus.