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Rio Grande do Sul

Especialistas avaliam a importância da reorganização financeira e da busca por direitos após as enchentes do RS

Estudo preliminar foi realizado pela Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado (Fecomércio-RS)
Estudo preliminar da Fecomércio-RS aponta importância da reorganização financeira. Foto: Divulgação/Fecomério-RS
Foto: Divulgação/Fecomério-RS

Empresas gaúchas acumulam até R$10 bilhões em perdas de ativos em razão das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de abril. Os valores são apontados em estudo preliminar realizado pela Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado (Fecomércio-RS). Os prejuízos patrimoniais calculados contemplam estoque, maquinário, mobiliário, instalações, entre outros. Portanto, após as inundações, outro problema estará à vista: a reorganização financeira e a busca por direitos.

Reorganização financeira com prudência  

De acordo com o mestre em Ciências Contábeis, doutorando em Educação e docente do UniSenac – Campus Porto Alegre, Marcelo Pinto da Silva, a demonstração de vulnerabilidade e solidariedade no momento conturbado fez com que se entendesse que o ser humano é vulnerável e que, ao mesmo tempo, possui a capacidade de se unir para enfrentar períodos adversos. “Necessitamos nos comportar de maneira contributiva para um início de reestruturação financeira”, destaca.

Outro aspecto comentado pelo especialista é o desenvolvimento da prudência: “Pode ser replicada para todos os cenários de contrariedade. A prudência também é considerada um princípio na gestão de qualquer patrimônio em tempos normais, quem dirá em emergências. Da prudência se ramificam diversos comportamentos que devem ser observados, tais como não agir por impulso, analisar as reais necessidades e poupar os mais diversos recursos”.

Tendo em vista que as necessidades são diferentes para cada indivíduo, o docente ressalta que se faz necessário que os casos sejam avaliados de acordo com suas peculiaridades referentes às ações a serem tomadas. “Sempre mantendo em mente a virtude da prudência como elemento norteador das decisões”, complementa.

Conforme já divulgado à população, Silva afirma que as modalidades de repasse de recursos às pessoas impactadas pelas enchentes, tais como saque FGTS por calamidade pública, suspensão de pagamento de parcelas de financiamento habitacional e transferências financeiras via pix. “Contudo, para um correto mapeamento dos programas de políticas públicas disponibilizados pelo governo para auxiliar na capacidade aquisitiva dos cidadãos, é necessário que se acesse os sites oficiais do estado do Rio Grande do Sul, das prefeituras das cidades afetadas e da Caixa Econômica Federal, bem como de instituições privadas, as quais as pessoas possuam algum tipo de compromisso financeiro”, indica.

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Foto: Gustavo Vara/Prefeitura de Pelotas

Importância dos auxílios e da busca por direitos  

Segundo o advogado, mestre em Direito e Sociedade, MBA em Direito Empresarial e Direito Tributário e docente do UniSenac – Campus Porto Alegre, Mateus Mantovani Sorgatto, o encaminhamento do saque de parte do FGTS e os auxílios anunciados pelos Governos (Municipais, Estadual e Federal) possuem como objetivo principal auxiliar na reconstrução e nas necessidades que surgem imediatamente após a águas baixarem. Além disso, atestados médicos de afastamento do trabalho também são um instrumento importante nesse momento, e estão sendo fornecidos também pela defesa civil aqueles que residem em áreas atingidas. “O momento é delicado e essa calamidade atingiu a todos, empregados, empregadores, autônomos, MEIs etc. Medidas precisam ser tomadas, especialmente pelo poder público, para ajudar a manter um mínimo de dignidade às pessoas, garantindo, ainda que provisoriamente, alguma renda”, comenta.

Para Sorgatto, dificilmente as medidas vão ser suficientes para a retomada da vida das pessoas atingidas, porém são extremamente importantes já que vão servir como forma de garantir que as pessoas tenham por onde começar a limpeza e reconstrução de suas casas e seus negócios. “Há uma força tarefa de atuação conjunta entre Ministério Público, Defensoria Pública, Caixa Econômica Federal, Procon e Tribunal de Justiça, para informar a população e atender em relação a necessidades mais urgentes, como por exemplo a emissão de documentos que foram perdidos e orientação sobre como encaminhar o recebimento dos valores garantidos pelo Poder Público”, destaca.

Informações oficiais sobre auxílios e direitos do cidadão podem ser conferidas pelo site do Governo do RS ou do Governo Federal.

Tags: Enchentes no RS, Fecomério-RS