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Estudo clínico do Hospital Moinhos de Vento busca alternativa para tratamento da insuficiência cardíaca no SUS

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O Hospital Moinhos de Vento lançou, na última sexta-feira (19), o
estudo clínico Physio Sync-HF, que vai avaliar alternativas para o tratamento
da insuficiência cardíaca pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A pesquisa envolve
18 centros no Brasil e utilizará a chamada terapia de ressincronização. A meta
é recrutar 304 pacientes da rede pública, com 18 anos ou mais.

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Segundo a chefe do Serviço de Cardiologia do Hospital Moinhos de
Vento e pesquisadora do Comitê Diretivo do projeto,  Carisi Anne
Polanczyk, o ensaio clínico objetiva testar uma nova forma de estimular o
coração, que não apenas por meio do uso de marcapasso. O estudo avaliará a
estimulação do Sistema His-Purkinje, que supera o bloqueio dos ramos de
condução elétrica do coração e ressincroniza o batimento com a utilização de
apenas um eletrodo, colocado em um local específico do órgão, restaurando de
forma mais fisiológica esse funcionamento.

“Esse novo procedimento já tem sido testado em outros países, mas
ainda não temos uma resposta definitiva se irá substituir a terapia já
existente”, explica a cardiologista. Os pacientes serão acompanhados por um
período de um ano e meio a dois anos e a expectativa é que o procedimento seja
melhor do que o que vem sendo utilizado, no caso do marcapasso. “Se for igual,
vamos avaliar o aspecto econômico, pois esse novo procedimento tem se mostrado
mais barato e mais acessível para os pacientes”, complementa Carisi.

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O líder operacional do estudo, médico Fabiano Barrionuevo,
esclarece que o estudo vem para validar a eficácia e a segurança de uma terapia
moderna de ressincronização cardíaca.

“Teremos a possibilidade de oferecer uma
nova alternativa de menor custo e de viabilizar mais um tratamento que
beneficiará a crescente população com insuficiência cardíaca, aumentando a
disponibilidade de opções terapêuticas e reduzindo filas, que é o propósito da
instituição de cuidar de pessoas”, acrescenta.

Poderão participar do ensaio clínico homens e mulheres com 18 anos
ou mais, que possuam insuficiência cardíaca congestiva sintomática, fração de
ejeção do ventrículo esquerdo igual ou menor do que 35% e presença de bloqueio
de ramo esquerdo no eletrocardiograma com QRS igual ou maior de 130 ms
(milissegundos). 

Insuficiência cardíaca

A insuficiência
cardíaca é uma causa frequente de morbidade e óbito na população brasileira,
segundo dados do Ministério da Saúde. A doença atinge até 17,4% das pessoas com
mais de 85 anos, está associada a limitações físicas crônicas, hospitalização e
a taxa de sobrevida é de apenas 35% em cinco anos. Apesar de mais frequente em
idosos, atinge diferentes faixas etárias e apresenta sintomas como cansaço,
falta de ar e dificuldade para deitar. Conforme sua progressão, compromete o
sistema elétrico do coração, exigindo a instalação de um tipo de marcapasso,
evitando que o coração bata de forma dessincronizada. 

Texto: Taís Dihl