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Exposição “Dom Feliciano LAR de LORENZ”, continua aberta ao público

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A Exposição “Dom Feliciano LAR de LORENZ” inaugurada na I
Jornada Espiritual para Lorenz, realizada em comemoração ao seu
sesquicentenário no dia 17/12/22, permanece aberta ao público na Casa da
Cultura do Imigrante.

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A exposição visa resgatar, conhecer e preservar ainda mais a
história dessa importante personalidade que escolheu Dom Feliciano como seu
LAR. Nesta terça-feira (03) o local recebeu visitantes de Estância Velha –
Rondônia.

Durante a exposição, é possível conhecer os livros, manuscritos, viajar
nas fotos e conhecer mais sobre Francisco Valdomiro Lorenz.

A Casa da Cultura do Imigrante, fica localizada na Rua Sete
de Setembro, 38. Horário de atendimento das 8h ás 12h e das 13h ás 16h, aberta
também aos domingos à tarde ou com agendamento através do (51) 3677-1142.

Saiba mais sobre sua história:

Francisco Valdomiro Lorenz nasceu com o nome de Fratisek
Vladimir Lorenc era intelectual, professor, filósofo, médico homeopata,
escritor (73 obras publicadas), tradutor, astrônomo, astrólogo, poliglota
(dominava mais de 100 idiomas), esperantista, agricultor, poeta, filantropo,
patrono de uma loja maçônica, Delegado Geral do Círculo Esotérico do Pensamento
no RS, Doutor em Cabala pela Ordem cabalística da Rosa Cruz e médium renomado
que dedicou sua vida fazendo o bem ao próximo.

Nascido na pequena província de Zhor em Zbislav, atual
distrito Písek na República Tcheca, no dia 24 de dezembro de 1872, véspera de
Natal. Filho legítimo de Francisco Lorenz e Tereza Lorenz, tinha 3 irmãos e 1
irmã naturais da Tchecoslováquia. Era desde cedo um fenômeno linguístico pois
começou a ler com apenas 5 anos de idade. Aos 17 anos já era professor e falava
fluentemente a Língua Inglesa, o Francês, Alemão, Italiano, Hebraico, Árabe,
Grego, Chinês e o Aramaico a Língua falada por Jesus.

Aos 18 anos em 1890 publicou o 1º Manual de Esperanto para
os Tchecos, Esperanto que é considerada a língua universal que ele tanto
sonhava que fosse falada por todos, Língua pela qual se tornou um verdadeiro
Mestre, sendo ele um dos fundadores da Associação Universal de Esperanto em
Genebra na Suíça.

Em 1891 teve que deixar a sua pátria, onde suas ideias
religiosas e seu ideal político democrático e emancipacionista eram vetados
pelo reacionário e antidemocrático governo austríaco, sob o qual a então
Tchecoslováquia estava submetida, durante um período. Lorenz torna-se então um
ativista em defesa de seu povo defendendo as Causas Separatistas da Áustria,
mas por este motivo torna-se um dos alvos de seus perseguidores que defendiam
não a divisão do país, mas a dominação de todo aquele território. E então um
amigo ao saber de que queriam tirar a vida de Lorenz, o avisou durante uma
reunião e cedeu sua passagem de vinda ao Brasil em seu lugar, pois ele e seus
pais estavam com viagem marcada para o próximo dia, o amigo então lhe cedeu a
passagem e também um dicionário Tcheco Português para que ele durante a viagem
conhecesse um pouco do idioma, mas é claro que com sua facilidade, desembarcou
no Brasil falando o idioma português. Em 1893 chega ao Brasil e vai trabalhar
por quase um ano em Minas Gerais e Rio de Janeiro. Mas com muita vontade de vir
para terras gaúchas no início do ano de 1894 chega a Porto Alegre. Trabalha por
algum tempo, mas por passar por situações que o estavam entristecendo resolve
vir para o interior e no dia 8 de julho de 1894 chega a Colônia São Feliciano,
pois recebeu do governo dois lotes de terra na Linha Apolinário, onde fixou
residência, estava então com 22 anos de idade e já dominando 24 línguas. E em
1929 quando fora a Porto Alegre a pedido do Governador Getúlio Vargas, em um
exame para professor provou que seus conhecimentos linguísticos já estavam em
52 idiomas, e quando deixou seu corpo físico tinha o domínio de 104 idiomas.

Em 1896 casou-se com Ida Krachefski com quem teve 13 filhos
legítimos, 8 adotivos e ainda os que ficavam hospedados gratuitamente em sua
casa para estudar. Ida Krachefski sua esposa era parteira e bastante respeitada
e conhecida também na comunidade.

Em São Feliciano dedicava sua vida em ministrar aulas e
trabalhava como agricultor auxiliando o povo em todas as situações que era
solicitado como: tradutor, acerto de documentos e outros.

Teve grande contribuição também como Médico Homeopata, com
ervas curava muitas pessoas, e contam os mais antigos que havia dias que Lorenz
nem dormia, pois pela manhã trabalhava na lavoura, a tarde ministrava aulas e
algumas noites inteiras passava acordado cuidando de pessoas enfermas.

Em 1918 ano em que se espalhou no Brasil a chamada “Gripe
Espanhola” vitimando muitos brasileiros, Dom Feliciano e região não registraram
mortes pois Lorenz havia criado um antídoto (espécie de vacina) para impedir a
chegada da epidemia à comunidade.

Chegando a colônia com os imigrantes em sua grande maioria
poloneses e notando as dificuldades linguísticas que os mesmos estavam
passando, confeccionou uma Gramática “Gramatykajezyka Portugalskiego” a
Gramática da Língua Portuguesa e ainda um Dicionário “Sownik Polsko
Portugalski”, Dicionário Polonês – Português, para que os imigrantes tivessem
mais facilidade em comunicar-se nesta terra de língua estranha para eles, e
isto lembrando que ele era Tcheco e não polonês.

Fundou uma das primeiras escolas do município a qual
mantinha com seu trabalho e ajuda da comunidade, pois os pais que levavam os
filhos para estudar colaboravam para o funcionamento da mesma.

Posteriormente Lorenz foi chamado a prestar exames em Porto
Alegre para continuar ministrando as aulas e em 1906 o então Presidente do
Estado Antônio Augusto Borges de Medeiros nomeia o Professor Lorenz para formar
e reger uma Escola Pública Estadual, lecionando não só para as séries iniciais,
mas passando para os alunos maiores: línguas, matemática, português, geografia,
história, física, química, agronomia, botânica e zoologia.

Na escrita prosseguiu sua jornada escrevendo centenas de
artigos para jornais e revistas do Brasil e para fora do país (Tchecoslováquia,
Colômbia, Japão) além de livros com temas profundos sobre: Vida, amor, Deus,
fé, espiritualismo, alegria, sentimentos, pensamentos, mistérios, astrologia,
curas, ervas, verdade, justiça e comunicação espírita e outros.

Como o papel era muito caro e difícil de conseguir, Lorenz
escrevia seus artigos e publicações no papel que encontrasse e pudesse
aproveitar, nas beiras dos livros e revistas, papelões, papéis de embrulho
enfim o papel não importava qual era, mas se tinha um espaço em branco, era
aproveitado. Sempre a noite quando não estava cuidando de um doente, Lorenz
estava escrevendo e com a precária luz de um lampião, pois luz elétrica ainda
não existia. Foi dele a primeira tradução portuguesa do notável livro “Bhagavad
Gita”, a Bíblia Indú no ano de 1912, e em 1942 verteu este livro em versos para
o Esperanto, conservando a mesma métrica do original sânscrito. Teve mais de 70
obras publicadas, sendo várias em esperanto, além de diversas traduções.

Deixou em rascunho a Oração do Pai Nosso em 100 línguas com
sua respectiva pronúncia. Estudando também com dedicação o Aramaico para poder
apreciar o “Sermão da Montanha” em sua originalidade, na Língua falada por
Jesus Cristo. Em seu livro “Iniciação Linguística” está a oração do versículo
III do Evangelho de São João em 70 Línguas na 1ª Edição publicada em 1929.
Escreveu ainda o nome de Deus em 365 línguas (inclui idiomas e dialetos), para
reverenciar a Deus a cada dia do ano de forma diferente. E a oração da Ave
Maria escreveu em 22 Línguas.

Foi um grande estudioso da Astrologia e Astronomia,
tornando-se o criador e escritor do conhecidíssimo “Almanaque do Pensamento” da
Editora Pensamento o qual deixou escrito com todas as previsões corretas até o
ano de 1964, tendo falecido em 1957.

Em 1944 fica viúvo, e em 1949 casa-se novamente, agora com
Francisca Nalepinski Schumann e muda-se para Porto Alegre em 1950. Vem a
falecer no dia 24 de maio de 1957 em Porto Alegre onde residia, na Rua
Felicíssimo de Azevedo, nº 420, foi sepultado no Cemitério São João em Porto
Alegre, mas no ano de 2012 teve seus Restos Mortais trazidos para sua terra
escolhida como seu lar… A Colônia São Feliciano, agora cidade de Dom
Feliciano, e descansa em um Memorial feito em sua homenagem na cidade em frente
ao Cemitério Municipal que foi idealizado por seus netos Vladimir Lorenz e
Sinval Lorenz e pela Diretora de Cultura do município na época Luciana
Terezinha Novinski. Após sua morte, Lorenz foi psicografado por Francisco
Cândido Xavier. E para tornar conhecida sua história e seu legado em 2021
Luciana publicou o livro “FRANCISCO VALDOMIRO LORENZ – UM HOMEM ALÉM DO SEU
TEMPO”.