Fotos: Reprodução/Redes Sociais e Eduardo Vicente/Rádio Acústica FM
A morte do morador de Camaquã Bruno de Leon, desencadeou uma onda de indignação e denúncias de negligência médica nas redes sociais. Em entrevista exclusiva para a Rádio Acústica FM, a viúva de Bruno, Ester Machado, detalhou a trajetória do marido em busca de tratamento para fortes dores abdominais, que culminaram em um quadro grave de pancreatite e, posteriormente, em seu falecimento.
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Segundo Ester, Bruno sofria com cálculos biliares há cerca de dois anos e, embora procurasse atendimento médico em hospitais e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a gravidade de seu estado não teria sido inicialmente reconhecida.
“Era medicado para dor e voltava para casa, continuava trabalhando”, relatou a viúva.
A situação se agravou em dezembro de 2024, quando Bruno passou a sentir dores mais intensas e persistentes.
Segundo a família, após ser encaminhado para o Hospital Nossa Senhora Aparecida (HNSA), Bruno foi diagnosticado com pancreatite, causada pela obstrução do canal biliar por uma pedra na vesícula. Apesar de ter sido internado e medicado, recebeu alta no dia 24 de dezembro, com a promessa de que a cirurgia para retirada da vesícula seria agendada para janeiro.
O que se seguiu foram crises de dor, idas e vindas à UPA, e a sensação de que o problema de Bruno não recebia a devida atenção. Em fevereiro, após procurar o hospital novamente, Bruno foi informado de que possuía uma inflamação crônica na vesícula e necessitava de cirurgia urgente. No entanto, foi liberado e orientado a aguardar contato do ambulatório.
Ester disse na entrevista, que no dia 21 de fevereiro, Bruno retornou ao hospital com dores insuportáveis, mas foi informado de que a espera para atendimento seria de 4 a 6 horas. Desesperado, procurou a UPA, onde foi medicado e mandado para casa. No dia seguinte, o quadro se agravou e Bruno foi levado ao hospital em estado crítico.
“Ele estava branco, pálido, urrava de dor e parecia que tinham colocado ele embaixo de um chuveiro, de tanto suor”, descreveu Ester.
Durante a entrevista, as familiares ainda contaram que queriam realizar cirurgia paga, com o intuito de acelerar o processo, mas que isso não teria sido permitido
Apesar de receber altas doses de morfina, Bruno não obteve alívio e a cirurgia não foi realizada. Segundo a viúva, a equipe médica alegou que era final de semana e o cirurgião “não gostava de operar em final de semana”. Ainda conforme Ester, a família estava disposta a pagar para realizar a cirurgia de forma particular, mas os médicos disseram que não havia necessidade.
Após ser internado, Bruno foi transferido para a UTI, mas seu estado continuou a piorar, inclusive com a necessidade da realização de hemodiálise. Familiares disseram que tentaram transferi-lo para Porto Alegre, mas teriam sido convencidos pela equipe médica, que seu quadro estava melhorando. No entanto, ao chegar no Hospital Dom Vicente Scherer, em Porto Alegre, os médicos constataram que o pâncreas de Bruno estava 90% necrosado e que suas chances de sobrevivência eram nulas. Bruno faleceu 16 dias depois.
A família de Bruno disse na entrevista, que busca por justiça e alega negligência médica por parte do Hospital Nossa Senhora Aparecida. Segundo Ester, o presidente do hospital, Otávio Moraes, informou que não tinha conhecimento do caso e que uma sindicância seria aberta para investigar o ocorrido.
A família realizará uma manifestação pacífica em frente ao hospital no próximo domingo (23). O grupo pretende sair às 14h da praça Zeca Netto, de onde deve partir em caminhada até a frente do Hospital Nossa Senhora Aparecida.
A Rádio Acústica FM entrou em contato com a direção do hospital local e disponibilizou espaço para que a instituição de saúde se manifeste sobre o assunto e aguarda por um posicionamento oficial.
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Acompanhe abaixo a entrevista na íntegra:
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