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Farsul e Fundação Pró-Sementes apresentam o ECR Soja 2021/2022

Foto: Gerson Raugust / Sistema Farsul
Foto: Gerson Raugust / Sistema Farsul

O Sistema Farsul e a
Fundação Pró-Sementes divulgaram, nesta quarta-feira, 27 de julho, o resultado
do Ensaio de Cultivares em Rede – ECR da safra de soja 2021-2022. O
principal objetivo da rede experimental de soja é ser uma ferramenta de gestão
que auxilie nas decisões dos produtores e assistência técnicas por meio de
informações adicionais que a pesquisa apresenta. A estiagem que atingiu a
última safra teve impacto nos resultados que tiveram uma média de produtividade
de 23,9 scs/ha contra 57,2 scs/ha da anterior.
Na safra 2021/2022, os ensaios foram conduzidos dentro das três microrregiões
sojícolas no estado, dividida em 11 municípios. A pesquisa foi realizada em
Pelotas, Cachoeira do Sul, Cacequi, São Gabriel, Bagé, São Luiz Gonzaga, Júlio
de Castilhos, Santo Augusto, Passo Fundo, Lagoa Vermelha e Vacaria em duas
épocas de semeadura. Foram avaliadas 40 cultivares definidas pela maior
representatividade de hectares aprovados para produção de sementes e que são
indicadas pelo Zoneamento Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) para o estado do Rio Grande do Sul. Os ECR´s foram
divididos em dois grupos, sendo o primeiro com GM 5.0 à 6.1 (26 cultivares) e o
segundo com GM 6.2 à 6.5 ( 14 cultivares). Em relação à tecnologia, foram
utilizadas três: IPRO, IX2 e RR.
Os ensaios de São Gabriel e de 1º época de Cachoeira do Sul foram perdidos em
razão da estiagem e não foram computados. A Gerente de Pesquisa &
Desenvolvimento da Fundação Pró-Sementes, Kassiana Kehl, comentou que essa
realidade foi vivida por muitos produtores e reflete o que foi a última safra.
“Muitos acabaram nem plantando ou não colhendo em lavouras comerciais. Foi
que que aconteceu nessas áreas experimentais que nós optamos por não colher por
estarem muito ruins. Uma expectativa de produção extremamente baixa. Abaixo de
10 ou 5 scs/ha”, explicou. “Por outro lado, deixamos os dados de São
Luiz Gonzaga, 1ª e 2ª época na publicação para que o público leitor tenha uma
referência do que tão drástica que foi essa estiagem”, completou.
Na microrregião 101, a maior produtividade ficou com a cultivar NEO 610 IPRO
com 120 scs/ha no ciclo precoce na segunda época em Bagé. Na 1ª época de
semeadura o destaque ficou com a DM 5958 RSF IPRO, com 87 scs/ha em Pelotas, na
várzea. Na microrregião 102, o primeiro posto ficou com a cultivar BS 2606 IPRO
com 91 scs/ha no ciclo precoce na segunda época de semeadura. Na microrregião
103, o primeiro posto ficou com BRS 5804 RR com 74 scs/ha.
Para exemplificar a importância da escolha, Kassiana usou Passo Fundo como
exemplo. A diferença de produtividade entre as cultivares de maior e menor
rendimento foi de 38 scs/ha. Com um preço médio de R$ 177,00 por saco de soja,
a definição pode significar R$ 6.726,00 de impacto nos rendimentos do produtor.
O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, destacou a importância do
trabalho realizado. “Vocês vêm nos acompanhando ao longo de todos esses
anos a respeito das cultivares de soja e trigo. Esse trabalho é fundamental e
tem sido de grande valia para o estado do Rio Grande do Sul para conduzir os
nossos produtores, ter a ciência a favor deles no sentido de utilizar as
cultivares de acordo com a região do estado que está sendo pesquisado”,
comentou.
O vice-presidente e coordenador da Comissão de Grãos da Farsul, Elmar Konrad,
falou da importância da continuidade da pesquisa. “Pensamos em dar
continuidade a esse programa justamente porque os que existiam com indicação de
cultivares que era feito pela Comissão Sul Brasileira de Pesquisa de Soja desde
a mudança da legislação foram praticamente extintos, então este trabalho é de
fundamental importância. É um experimento único no Rio Grande do Sul. É daí que
saem as informações básicas para a gente introduzir no ano seguinte as
cultivares nas nossas propriedades. Baseados nas regiões mais próximas em
condições climáticas e solo”, avaliou.
O superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, ressalta o trabalho realizado
ao longo de todo o período da pesquisa e a importância dos resultados.
“Esse relatório que se reveste como algo tão singelo, na verdade é de uma
importância gigantesca. Resultado não apenas de um trabalho intelectual, mas
também físico. Cuidar de 40 lavouras em 11 cidades não é algo simples”, e
completa, “Este estudo traz informações que permitem ao produtor, no
mínimo, alocar regionalmente as suas realidades fazendo com que a produtividade
dele possa ser o dobro em relação ao que ele poderia ter escolhido se fosse
apenas pelos ditos populares, pelas crenças criadas”, afirma.
O diretor técnico e administrativo da Fundação Pró-Sementes, Alexandre Levien,
comemorou mais uma entrega dos resultados que completa sua décima terceira
edição, “Para nós é muito satisfatório poder estar aqui em mais uma
entrega dos resultados que a gente considera um trabalho muito importante que
trazemos pra toda a cadeia da produção das culturas da soja e trigo do
estado”, disse.
O Ensaio
O Ensaio de Cultivares em Rede – ECR reúne dados sobre o desempenho de
diferentes cultivares nas principais regiões produtoras de soja do Rio Grande
do Sul. Ele vem sendo realizado há mais de uma década pelo Sistema Farsul e
Fundação Pró-Sementes.
Como os experimentos são implantados e conduzidos de maneira uniforme, em todos
os locais, permite ao usuário da informação uma melhor visualização do conjunto
de cultivares indicadas para a sua região, contribuindo assim para que alcancem
maior lucratividade no negócio. Outro fundamento importante é o compromisso em
disponibilizar os resultados o mais cedo possível, permitindo assim, em tempo
hábil, auxiliar na tomada de decisão para a escolha da cultivar a ser plantada
na safra seguinte.

Texto: Gerson
Raugust/Sistema Farsul