Em entrevista ao programa Primeira Hora, da Rádio Acústica FM, o presidente da Federasul, Rodrigo Souza Costa, abordou a crescente escassez de mão de obra no Rio Grande do Sul e apresentou propostas para enfrentar o problema, incluindo a atração de imigrantes e a reformulação do programa Bolsa Família.
Presidente da Federasul acredita que há a necessidade de mudanças nas políticas públicas
Souza Costa destacou que há um grande número de vagas em aberto no estado, enquanto muitos jovens adultos aptos ao trabalho estão no Bolsa Família. Ele criticou a política pública atual, argumentando que ela desestimula a busca por emprego e gera desequilíbrio fiscal, elevando a inflação e prejudicando os trabalhadores que pagam mais impostos e juros para sustentar o programa.
O presidente da Federasul ressaltou o êxodo de gaúchos para outros estados e países em busca de melhores oportunidades, agravado pela tragédia climática recente. Ele alertou que, em 2026, o Rio Grande do Sul será o primeiro estado brasileiro com mais inativos do que ativos, comprometendo a capacidade produtiva.
Soluções Propostas:
Para reverter esse cenário, Souza Costa defendeu uma nova onda de imigração, similar às ocorridas no passado, com a chegada de italianos, alemães, israelitas e árabes. Ele citou o exemplo de imigrantes venezuelanos e haitianos que já estão contribuindo para a economia gaúcha, trazendo não apenas mão de obra, mas também valores e princípios.
O presidente da Federasul também propôs uma reformulação do Bolsa Família, com a exigência de contrapartidas dos beneficiários, como a participação em cursos profissionalizantes ou a realização de trabalhos voluntários. Ele argumentou que o programa deve ser uma porta de saída para o mercado de trabalho, e não um incentivo à ociosidade.
Debate com Ouvintes:
A entrevista gerou um intenso debate com os ouvintes da rádio. Alguns defenderam o Bolsa Família como um programa essencial para famílias em situação de vulnerabilidade, enquanto outros concordaram com a necessidade de reformulação e de incentivo ao trabalho. Souza Costa esclareceu que não generaliza todos os beneficiários, mas sim aqueles que se acomodam com o benefício e não buscam o emprego, mesmo havendo vagas disponíveis.
Outros Pontos Abordados:
- Envelhecimento da população: O presidente da Federasul reconheceu o envelhecimento da população gaúcha como um fator que contribui para a falta de mão de obra, mas destacou que Santa Catarina, com perfil demográfico semelhante, tem atraído imigrantes e adiado a inversão da curva demográfica.
- Qualificação profissional: Souza Costa mencionou a existência de vagas para todas as qualificações e a importância de programas como o EJA (Educação de Jovens e Adultos) para quem não concluiu o ensino médio.
- Encargos trabalhistas: O presidente da Federasul criticou os altos encargos trabalhistas, que, segundo ele, poderiam ser revertidos em salários maiores para os trabalhadores.
- Participação nos lucros: Ele defendeu a discussão sobre programas de participação nos lucros e resultados (PPLR) como forma de incentivar os funcionários.
- Diálogo e busca de soluções: Ao final, Souza Costa ressaltou a importância do diálogo e da busca por soluções conjuntas para os problemas do estado, com a participação de todos os setores da sociedade.
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Acompanhe a entrevista na íntegra: