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Governos falam sobre economia do Estado

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Na última sexta-feira do mês de julho, o contracheque dos servidores confirmou o parcelamento de salário. O valor máximo depositado pelo governo do Estado foi de R$2.150,00, conforme antecipado na semana anterior.

84,9% dos servidores do setor de segurança e 38% do magistério do RS sofreram com o corte e no total, 47,2% da folha de pagamento do governo gaúcho foi atingida pela medida.

A próxima parcela de R$1 mil reais será depositada no dia 13 deste mês. Os servidores que recebem além deste valor, só terão o restante depositado no dia 25 de agosto.

Esta será a primeira vez que o atual governo parcela salários de servidores. A ex-governadora, Yeda Rorato Crusius, que teve o mandato entre 2007 e 2011, acredita ter sido a pessoa certa no lugar e na hora certa. Yeda explicou que a crise do Estado estava muito forte e teve que fazer uma reestruturação das finanças do Estado. Segundo ela foram feitas dezenas de ações muito consistentes entre si.

“Nós miramos acabar com essa realidade de 40 anos, de quando se gasta mais do que se arrecada. E quando tem esse déficit é porque alguém empresta para o governo e a dívida cresce. Fazia 40 anos que tinha aumento de dívida. Nós nos propusemos e a população nos honrou. E a gente, em dois anos, alcançou o déficit zero. Pagamos todas as contas do estado com o dinheiro do Estado. Quando nós anunciamos o déficit zero, dissemos: temos dinheiro para pagar tudo, inclusive o décimo terceiro”, salientou a ex-governadora.

Ainda segundo Yeda, foi preciso parcelar o salário e o pagamento a fornecedores. “Sempre avisávamos, que primeiro temos que consertar as finanças do Estado, e diminuir naquilo que pode ser diminuído, assim, ir pagando mensamente o que a gente deve, está situação foi até novembro de 2008”, ressaltou Yeda.

A ex-governadora falou sobre sua decisão política e acrescentou que a meta foi deixar o déficit zero, e fazer o estado crescer, melhorando os serviços públicos e investindo onde tem que investir para melhorar.

“Até as torneiras foram trocadas para uma que desperdiçasse menos. Começamos a gastar melhor”, falou. Yeda foi enfática ao explicar: “O meu sucessor começou a gastar mais e mais, porque a decisão politica dele foi gastar mais do que ganhar. E daí o Sartori herdou essa herança maldita. Quando eu tomei posse, por exemplo, eu não tinha como pagar nada. Durante as dificuldades que o Rigotto enfrentou, ele conquistou um aumento de impostos, mas durou até o fim do Governo dele. Então eu começaria com 400 milhões a menos, mas deu tudo certo porque outras fontes de receitas chegaram ao Estado. O Sartori não tem mais isso, ele tá pegando uma crise federal imensa”, finalizou Yeda.

A ex-secretária adjunta da Casa Civil, do governo Tarso, Mari Perusso, acredita que primeiramentente é importante resgatar que essa crise, é uma crise estrutural. Segundo Mari é importante ressaltar também, o governador Tarso Genro a declarar que não seria candidato à reeleição se não renegociasse a dívida. “E ele renegociou a dívida, através do PLC 148. Essa renegociação da dívida significa que nós diminuímos o estoque da dívida por conta da diminuição de juros, da taxa de juro de 6 para 4%, reduzimos o estoque de 34 bilhões para 14 bilhões de reais. A dívida passou efetivamente de 44 bilhões e 400 milhões para 34 bilhões, reduz os juros, reduz o estoque e reduz o índice para 14.8”, explicou Mari.

Segundo ela, o programa “em dia” do governo Tarso recuperou, mais de R$1 bilhão da dívida.

“Porque o servidor que não recebeu o salário, mas tem que ir ao supermercado, ao dentista, então isso impacta na economia. Todo o RS sente então os servidores não podem pagar essa conta. Precisa sim ter uma medida emergencial, mas tem que tratar depois da dívida. Todo o dia o governo Sartori anuncia a assinatura de um contrato com uma nova empresa. Isso é fruto de uma política feita em 2011, 2012, 2013 e 2014. Vai ficar 4 anos assinando contrato com empresas fruto da Sala do Investidor, que é uma política industrial”, salientou.

Ainda segundo Mari, o problema é que hoje o governador, não é a liderança a política econômica do estado do Rio Grande do Sul. “A grande crise do Brasil é mais política do que econômica”, finalizou a ex-secretária da casa civil.

A presidente do Centro dos Professores do RS (CPERS), Helenir Aguiar Schürer falou que em seus mais de 30 anos de serviço público, jamais viu o que está acontecendo agora. “Em primeiro lugar pelo desrespeito. 38% da nossa categoria, mais ou menos, 62 mil professores, tiveram seus salários parcelados. E eu quero chamar a atenção da população: 62% da nossa categoria ganha até R$2.150,00, por isso não foram parcelados os seus vencimentos. Este é o valor irrisório que é pago a um professor que se prepara por muitos anos nas universidades”, explicou a presidente.

Segundo Helenir, hoje são 5.018 professores aguardando nomeação, faltam pelo menos 2mil professores nas escolas do Estado.

“Dia 18 vamos a Porto Alegre fazer uma assembleia unificada dos servidores públicos para deflagrar uma greve. Se até lá o governo não recuar nas suas politicas, a partir do dia 18 de agosto, devemos fazer greve, uma greve para que o governo responda pelas suas ações e pelas suas ineficiências. Infelizmente quem vai pagar é a população”, ressaltou Helenir.