Enquanto governo federal e médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não se entendem, quem sofre é o segurado. Conforme dados do instituto, desde o início da greve, em 4 de setembro, 1,3 milhão de perícias não foram realizadas em todo o Brasil. Não há dados separados por estados.
Já são 108 dias de paralisação, a mais longa da história da categoria, segundo a Associação dos Médicos Peritos. Os servidores pedem reestruturação da carreira, mais segurança e reajuste salarial.
A diretora da associação da categoria, Clarissa Bassin, reclama da falta de diálogo com a direção do INSS.
“Essa mesma direção tornou inviável qualquer negociação. Ela tem ficado silente. E o que mais nos chama a atenção é que ela está absolutamente cega e surda a 2 milhões de perícias desmarcadas”, destaca a dirigente.
Clarissa garante que a categoria está mantendo 30% dos servidores em cada agência, conforme determinou a Justiça.
Em nota, “o INSS reconhece todas as dificuldades impostas à população e espera que as negociações entre o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e os servidores da carreira de Perito Médico Previdenciário sejam concluídas com brevidade para a pronta retomada dos serviços”.
O instituto esclarece ainda que adotou medidas administrativas para garantir a continuidade do pagamento para aqueles beneficiários que tentaram e não conseguiram agendar perícia médica para prorrogação do benefício. Também que está priorizando o atendimento aos segurados que não estão recebendo benefícios, assim como aqueles que estão aguardando perícia para retornarem ao trabalho.
Ainda conforme o INSS, o Tempo Médio de Espera para o Agendamento da Perícia Médica, na média nacional, passou de 20 dias, antes do início das greves, para os atuais 70 dias. São 4.351 servidores peritos médicos, cujo salário inicial para uma jornada de 40 horas é de R$ 11.383,54, chegando a R$ 16.222,80.
Quem tiver dúvida sobre perícias deve ligar para a Central de Atendimento do INSS no telefone 135.
