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SAÚDE

Gripe aviária: infectologista esclarece os riscos de transmissão em humanos

Vinicius Monteiro comenta que a transmissão ainda é limitada, mas o monitoramento é essencial para evitar surpresas

Na última quinta-feira (22), o infectologista Vinicius Monteiro destacou a situação relativa à gripe aviária, dando ênfase aos riscos de transmissão deste vírus para humanos. Em meio à preocupação global reverberada durante a pandemia recente, o especialista destacou que o vírus H5N1, responsável pela gripe aviária, afeta predominantemente as aves – especialmente aves silvestres e aquelas em sistemas de produção comercial –, mas que, em condições de contato muito próximo, a transmissão para humanos pode ocorrer.

Gripe aviária: infectologista esclarece os riscos de transmissão em humanos
Gripe aviária: infectologista esclarece os riscos de transmissão em humanos. Foto: Divulgação

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Em sua fala, o Dr. Vinicius explicou que, embora os casos humanos ainda sejam raros – menos de 900 em um ano – a infecção pode evoluir de maneira mais rápida e severa quando comparada à influenza comum (como o H1N1). Segundo ele, a ocorrência de coinfecções, por exemplo, com a gripe sazonal, aumenta o risco de o vírus se adaptar ao organismo humano, cenário que poderia levar, em hipótese, a uma nova pandemia devido à ausência de imunidade prévia.

O especialista também enfatizou que o risco real se concentra nos profissionais que manipulam aves, como trabalhadores de granjas e frigoríficos, visto que o contágio ocorre predominantemente por contato direto com secreções e gotículas provenientes dos animais infectados. No caso do consumo de frango e ovos, desde que bem cozidos, o risco de contaminação é praticamente eliminado, garantindo a segurança alimentar.

Outro ponto abordado na entrevista foi a necessidade de manutenção das medidas de biossegurança e de um monitoramento constante, tanto em ambientes de produção avícola quanto no sistema de saúde. O Dr. Vinicius destacou a importância da vacinação contra a influenza – mesmo que não ofereça proteção específica contra o H5N1 – como forma de reduzir a chance de coinfecção e, consequentemente, limitar uma possível mutação do vírus.

Diante de um cenário marcado por desafios como a superlotação dos serviços de emergência e o declínio nas taxas de vacinação, fruto de movimentos antivacina, o infectologista reforçou a urgência de campanhas informativas sobre a importância da imunização. Enquanto o Butantan e outros centros de pesquisa trabalham no desenvolvimento de uma vacina emergencial específica para a gripe aviária, a estratégia atual de saúde pública se apoia na vacinação anual contra a influenza comum e no rigor de protocolos de biossegurança.

Confira a fala do infectologista sobre Gripe Aviária

Tags: Gripe Aviária, Influenza Aviária