Search
[adsforwp-group id="156022"]

Investimentos privados devem gerar cerca de 7,7 mil vagas no RS

img_6461_foto_1.jpg

A desconfiança com o ritmo da economia este ano em meio à crise política que assola o país afetou a tomada de decisão de empresas que já atuam ou que pretendiam se instalar no Estado. Muitas, por cautela, puxaram o freio de mão em 2016. Mesmo assim, começarão a ser tirados do papel, pelo menos, R$ 3,55 bilhões em cerca de 30 projetos privados no Rio Grande do Sul neste ano, a maioria deles já planejados antes de 2015. Com isso, o valor dos investimentos em 2016 supera o que estava previsto para começar a ser executado ao longo do ano passado (R$ 2,34 bilhões).

Para Camaquã, o investimento da empresa Davanti Solar, que vai construir uma fábrica de módulos fotovoltaicos, resultará em 25 empregos diretos e 20 indiretos. Estão previstos mais de R$ 30 milhões para a construção. A empresa visitou o município, em agosto de 2015, para conhecer as áreas onde serão feitas as instalações dos painéis.

Em entrevista ao vivo ao programa “Bom Dia 97” na Acústica FM, a secretária de Indústria, Comércio e Serviços de Camaquã (SMICS), Maristela Miguellis Monteiro, falou que para a implantação da fábrica é necessário uma área de no mínimo seis ou sete hectares. Segundo Maristela, foram visitadas três áreas, sendo uma de 22 hectares no Distrito Industrial, um lote no local às margens da BR-116 que seria destinado aos chineses e outra área de 13 hectares, na RS-350, que foi adquirida pelo município para construção de um presídio, mas que acabou não se concretizando. “Eles visitaram as três áreas e gostaram bastante do que viram. A área da RS-350 chamou bastante a atenção deles pela proximidade com a BR-116 e possibilidade de expansão”, ressalta Maristela.

Questionada sobre prazos, Maristela foi cautelosa: “O projeto leva cerca de 18 meses para ser implantado, mas antes disso tem algumas etapas legais necessárias. A prefeitura e o Estado estão empenhados para dar todo o suporte aos empresários”, destacou. Para atrair a empresa, o Governo do Estado ofereceu isenções de ICMS e a prefeitura vai doar a área para a instalação.

Rio Grande do Sul receberá investimentos de quase R$ 5 bilhões

O maior desembolso deve vir de um empreendimento no setor de energia, capitaneado pela Bolognesi Engenharia e garantido em leilão federal ainda em 2014. A construção de uma termelétrica em Rio Grande – obra programada para começar entre maio e junho, depois de ser postergada duas vezes – representará um investimento de R$ 3 bilhões. O aporte na usina é dado como certo porque o governo já garantiu a compra da energia, dando aos investidores mais segurança do retorno financeiro.

— A construção da usina em Rio Grande é um marco. Além do alto valor investido, tem um prazo para ser concluída porque existe um contrato com o governo federal. Significa que não vai atrasar. Nossa ideia é conquistar obras dessa envergadura todos os anos — afirma o secretário estadual de Minas e Energia, Lucas Redecker.

Para o secretário, propor inciativas que deixem projetos mais competitivos em leilões de energia é uma estratégia importante para o Rio Grande do Sul porque valoriza uma das vocações econômicas do Estado – a geração de energia elétrica – e permite a atração de investimentos menos suscetíveis a crises.

Sem a chegada de grandes multinacionais e com a indústria local pressionada por custos mais altos, o tamanho dos empreendimentos neste ano será menor, em geral com projetos abaixo de R$ 30 milhões. Praticamente todos os empreendimentos contam com apoio do poder público por meio de isenções fiscais. A expectativa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia é de que sejam gerados, ao menos, 7,7 mil, empregos diretos, mas como nem todas as empresas divulgam projeções de vagas, não há um número exato.

— O ano passado não foi tão ruim para investimentos como seria o esperado. Houve retração em setores mais dependentes de crédito, como o automotivo, mas em outros, como o alimentício e o de bens de consumo baratos, teve avanços — avalia Adriano Boff, diretor da Sala do Investidor, órgão estadual que busca facilitar a tramitação de projetos.

Alta do dólar beneficiou empresas exportadoras

A crise econômica e a previsão de mais um ano de recessão obrigaram empreendedores a acender o sinal de alerta. Investimentos antes considerados confirmados agora já são tidos como incertos. É o caso da fábrica de caminhões da chinesa Foton, em Guaíba, e da unidade de produção da multinacional francesa Airbus, em Porto Alegre. O desempenho ruim da maioria dos indicadores econômicos assustou os investidores, apesar de o Brasil ser considerado um país “barato”, com o dólar rondando os R$ 4.

Mas houve também quem foi beneficiado com a alta da moeda norte-americana. É o caso da Celulose Rio Grandense, que pretende investir R$ 200 milhões este ano. Com produção voltada ao mercado internacional, a empresa vai realizar melhorias na tecnologia de proteção ambiental e no porto de Pelotas, no sul do Estado.

— Tivemos vantagem em relação a empresas voltadas exclusivamente para o mercado doméstico. Não houve medida de correção na economia, só aumento de impostos, o que inibe ainda mais o empreendedorismo — afirma o diretor-presidente da Celulose, Walter Lídio Nunes.

Confira os principais investimentos programados para o Estado no ano

Confirmados (considerados apenas projetos com investimento próximo ou superior a R$ 10 milhões)

R$ 3 bilhões

Davanti Solar

A empresa vai construir uma fábrica de módulos fotovoltaicos, utilizados para a geração de energia solar, no município de Camaquã. O investimento resultará em 25 empregos diretos e 20 indiretos.

R$ 18 milhões

Bolognesi Engenharia

O projeto prevê a construção de uma usina termelétrica em Rio Grande. Embarcações transportarão o gás em estado líquido até um píer a ser construído no porto gaúcho. Ali, o combustível será convertido ao estado gasoso e enviado por tubulações a uma usina para ser queimado e gerar energia. O valor será investido ao longo de três anos. A previsão de entrega é janeiro de 2019, e a projeção é que gere de 1,5 mil a 3 mil empregos diretos na obra.

R$ 200 milhões

Celulose Rio Grandense

Responsável pelo maior investimento privado da história do Estado, R$ 5 bilhões na ampliação da fábrica em Guaíba, em 2013, a Celulose Riograndense projeta aplicar em 2016 mais R$ 200 milhões. Parte será destinada à planta 1 da unidade em Guaíba e outra a Pelotas, na revitalização e melhora na operação do porto público do município. O local será equipado com um sistema de pesagem de caminhões e de drenagem e iluminação das áreas de manobra e disposição da madeira.

R$ 80 milhões

Nidera Sementes

A multinacional, com sede na Holanda, instalou duas unidades de recebimento de grãos e insumos – em Palmeira das Missões, no Norte, e em Arroio Grande, no Sul – em 2015 e planeja para 2016 a implementação de um terminal hidroviário no Rio dos Sinos, em Canoas, na Região Metropolitana. O objetivo é acelerar o escoamento da produção. A expectativa é de que o empreendimento comece a operar na safra de 2016/2017.

R$ 70 milhões

Vanzin

O projeto da empresa prevê a construção de 14 silos, sendo que cada um terá capacidade de armazenar 10 mil toneladas de grãos. Também está prevista a construção de um armazém, com 6,3 mil metros quadrados, que futuramente poderá estocar trigo, cevada e malte. O empreendimento vai ocupar uma área total de 65,8 mil metros quadrados no distrito industrial de Rio Grande.

R$ 60 milhões

Sul Empreendimentos

O projeto começa a ser tocado em março de 2016, em Nova Petrópolis. O Garten Platz Residence terá 340 apartamentos em cinco torres, dos quais 310 no modelo fractional ownership (propriedade compartilhada) e outros 30 de hotelaria convencional. As primeiras 68 unidades devem ser entregues em março de 2017.

R$ 48 milhões

Intelcav

Indústria de cartões magnéticos, a Intelcav pretende expandir a fábrica localizada em Getúlio Vargas. Criada em 2000, a empresa é uma das maiores fabricantes de cartões para bancos e soma mais de um bilhão de unidades já produzidas. A empresa tem outras duas fábricas no Brasil, uma em São Paulo e outra em Manaus. Em torno de 40 empregos diretos deverão ser criados com a ampliação da planta gaúcha.

R$ 30 milhões

Metalúrgica Mor

Situada em Santa Cruz do Sul, a empresa recebeu incentivos concedidos pelo Fundo Operação Empresa (Fundopem-RS) e pelo Programa de Harmonização do Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Sul (Integrar-RS) para investir em uma nova linha de produção de garrafas térmicas e produtos isotérmicos e implementar a fabricação de escadas profissionais. A expectativa é de que sejam gerados cem empregos diretos.

R$ 30 milhões

Railinvestment

A multinacional de trilhos vai produzir em Cacequi dormentes metálicos térmicos, equipamentos onde são fixados trilhos da malha ferroviária. A projeção é que a fábrica comece a operar no início do segundo semestre. Entre os clientes da companhia estão a América Latina Logística (ALL) e a Vale. Serão criados 50 empregos diretos.

R$ 12 milhões

JBT Telecom

A empresa, que atua na produção de torres metálicas, contêineres, suportes para antenas, peças e acessórios, vai realocar a unidade localizada em Santa Maria. Com a expansão no município, a produção atual, de 30 unidades por mês, vai dobrar. A expectativa é gerar 40 empregos dietos.

R$ 9,5 milhões

Vinícola Aurora

A planta da Cooperativa Vinícola Aurora, localizada em Bento Gonçalves, será ampliada. Novos equipamentos deverão ser adquiridos, o que resultará no aumento da capacidade produtiva de suco de uva natural e vinho para 8 milhões de litros por ano e de armazenagem para 3 milhões de litros por ano, com geração de mais 40 empregos diretos.

A confirmar (podem sair este ano, mas ainda não estão certos. Esses empreendimentos não entraram na soma de R$ 3,55 bilhões)

R$ 1 bilhão

Yara Fertilizantes

A multinacional de fertilizantes aguarda a garantia sobre a manutenção dos atuais parâmetros de impostos nas vendas interestaduais para tocar adiante o projeto de expansão da unidade que tem em Rio Grande. A expectativa é que a obra seja executada em seis anos.

R$ 200 milhões

Foton

A montagem de modelos da marca chinesa de caminhões começará em uma linha industrial alugada no Estado a partir de janeiro. A construção da sede definitiva, em Guaíba, estava prevista para em 2015, mas atrasou devido a indefinição sobre o repasse de financiamento de R$ 60 milhões do BNDES, por meio do Banrisul.

R$ 150 milhões

Airbus

A multinacional francesa, conhecida pela produção de aviões, planeja construir uma fábrica em Porto Alegre. A unidade, que produzirá equipamentos destinados à área de segurança pública, ficará na região do 4º Distrito, na zona norte da Capital. Ainda não há estimativa do número de empregos diretos e indiretos que poderão ser gerados.