Search
[adsforwp-group id="156022"]
Impasse

Cage reforça recomendação ao IPE Saúde para adotar nova tabela de remuneração a hospitais e acabar com o sobrepreço de medicamentos

Após pressão de federações das casas hospitalares, direção do instituto adiou em trinta dias modelo de pagamento que sofreu alterações
Cage reforça recomendação ao IPE Saúde para adotar nova tabela de remuneração a hospitais e acabar com o sobrepreço de medicamentos - Foto: Ascom IPE Saúde
Cage reforça recomendação ao IPE Saúde para adotar nova tabela de remuneração a hospitais e acabar com o sobrepreço de medicamentos - Foto: Ascom IPE Saúde

Após ser consultada pela reportagem da Acústica FM, a Delegação da Contadoria e Auditoria Geral do Estado (Cage) junto ao IPE Saúde disse que mantém seus apontamentos em relação ao pagamento realizado aos hospitais prestadores de serviço. 

O novo modelo de remuneração apresentado pelo instituto foi contestado, na semana passada, pela Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do RS e pela Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS, conjuntamente com os hospitais classificados como estratégicos pelo próprio IPE Saúde. As entidades apontaram que teriam queda de 10% a 33% no faturamento das instituições. Após pressão das entidades, o governo do estado adiou a vigência das novas tabelas.

No entanto,  a Cage reforçou, em nota, que identifica problemas no “financiamento cruzado”, que consiste em aplicar sobrepreço aos medicamentos, dietas enterais e materiais especiais para compensar valores defasados de diárias e taxas hospitalares.  

A  contadoria reforçou ainda que ao detectar prejuízo ao erário público em razão do modelo de precificação, emitiu uma recomendação para alterar o sistema, mediante remuneração de mercado para cada um dos componentes da prestação assistencial: os serviços hospitalares (diárias, taxas e serviços), materiais e medicamentos utilizados no ambulatorial e internação.

Segundo o órgão, com essa reformulação proposta, o IPE Saúde fica em consonância às regras de faturamento e cobrança aplicadas aos demais planos de saúde.  A Cage entende que os valores pagos por medicamentos e produtos de nutrição (além de órteses, próteses e materiais especiais) ultrapassam o preço de mercado e recomenda que não se utilize a tabela Brasíndice, que norteia os hospitais.

Ipe Saúde
Ipe Saúde – Foto: Raquel Schneider / Ascom IPE Saúde

Distorções de valores no IPE Saúde

Em inquérito aberto em 2021, o Ministério Público já apontava distorções nos valores pagos às casas hospitalares do IPE Saúde. A tabela Brasíndice, citada pela Cage, apresentava diferenças significativas, ao preço de mercado. Um caso destacado em lista pelo MP é o medicamento sukhi, que tinha preço de R$ 1.664,86 pela tabela anterior e com a quantia de R$ 53,05 (mercado). Já o seletivo saía por R$ 3,2 mil e, custando R$ 708,48. Um terceiro exemplo: o taxol  R$ 8,2 mil para R$ 1,6mil (mercado).

De acordo com o IPE Saúde, o  novo modelo proposto atende a indicativos da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado – CAGE e do Ministério Público Estadual – MPRS,  e foi apreciado e aprovado pelo Conselho de Administração do Instituto.

Durante reunião nesta quarta, deputados das bancadas do PT e PCdoB, solicitaram ao presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), conselheiro Marco Peixoto, a instalação de procedimentos de Inspeção Especial ou Extraordinária nas contas do IPE Saúde em razão de declarações do Presidente do Instituto sobre a questão dos preços dos medicamentos.