Dois policiais militares de Camaquã são acusados de espancarem um deficiente mental, de 29 anos. O caso teria acontecido por volta de 6h30, durante o atendimento a uma ocorrência no último dia 10, na Rua São Borja, bairro Getúlio Vargas. Segundo a irmã da vítima, que relatou em detalhes a ação dos policias à reportagem, a Brigada Militar teria sido acionada para atender uma briga entre seus irmãos, porém, chegou apenas o caso já estava resolvido.
Ao chegarem ao local, os policiais teriam comentado que o homem com deficiência mental deveria ser internado. Ao ouvir o comentário, o deficiente teria ficado irritado e foi tirar satisfação com os policiais. Após uma discussão, ele agrediu um dos militares com um soco e saiu correndo na sequência. “Os policiais saíram correndo atrás dele e deram uma paulada na cabeça dele, algemaram e deram chutes na barriga”, contou a denunciante. Ainda conforme a irmã da vítima, os militares teriam colocado o deficiente mental na viatura e foram embora após proferirem ameaças contra familiares: “Não sei nem se ele volta. Se vocês chorarem, levamos junto!”.
Segundo a irmã da vítima, o homem teria saído sem marcas e foi apresentado na delegacia com o rosto desfigurado, após as agressões dos policiais. Após ser liberto, o homem com deficiência mental teria confirmado que teria sido levado para uma rua deserta, e que teria sido torturado por cerca de 20 minutos. “A missão deles seria nos proteger, mas acabou quase matando meu irmão”, lamentou a denunciante.
Em depoimento na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, um dos policias envolvidos afirmou que utilizou apenas “uso moderado de força” para conter os atos do homem. Ele ainda prometeu que irá representar judicialmente contra o “agressor”, que seria o jovem deficiente mental.
Procurada pela reportagem da Acústica FM, a Brigada Militar declarou que abriu um inquérito policial militar para investigar o caso. A ação será procedida por um oficial da Brigada Militar.
