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Jardel se cala em depoimento na Assembleia Legislativa

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Suspeito de cometer uma série de crimes em seu gabinete, o deputado Mário Jardel (PSD) preferiu manter-se calado durante depoimento ao corregedor da Assembleia, Marlon Santos (PDT), responsável por investigar as denúncias. Por orientação do seu advogado, Amadeu Weinmann, o parlamentar não respondeu a nenhuma das perguntas formuladas.

Marlon questionou o colega sobre as acusações de que teria exigido parte dos salários dos servidores, desviado verbas de diárias, falsificado notas e relatórios de viagens para obter vantagem financeira e mantido funcionários-fantasma. Jardel limitou-se a dizer que agradecia a oportunidade de se defender, mas não respondeu. Weinmann repetiu ao corregedor que o deputado foi vítima de uma armação e prometeu apresentar provas disso.

Na quinta-feira, três testemunhas invocadas pela defesa serão ouvidas por Marlon.

— Hoje, as provas contra o deputado são irrefutáveis. Vamos dar espaço para ampla defesa e o deputado terá a oportunidade de comprovar se foi mesmo vítima de uma armação, mas os argumentos terão de ser muito contundentes — disse Marlon.

O pedetista deve concluir até a terça-feira da próxima semana o relatório. A tendência é de que Marlon recomende a instalação de um processo disciplinar, que pode culminar na cassação do deputado. Como a Assembleia entra em recesso, que vai de 23 de dezembro a 31 de janeiro, o processo deve se arrastar na comissão por mais alguns meses.

Após a entrega do relatório do corregedor, os integrantes do colegiado votam o texto e, se for aprovada a recomendação de perda de mandato, é instalada uma subcomissão, que tem cinco sessões legislativas para montar outro relatório.

Depois, o documento é apreciado e, sendo aprovado, o projeto de resolução que declara a perda do mandato do deputado é analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (mais cinco sessões legislativas) e, em seguida, vai a plenário. Marlon calcula que a eventual cassação de Jardel só deve ser definida em abril de 2016.

A reportagem tentou contato com o advogado Amadeu Weinmann, mas não obteve retorno até o momento.