Para comemorar os 70 anos de fundação, a Associação de Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul (Acgjrs) levará para a Expointer 2018 um número recorde de animais e também uma programação especial para a feira deste ano, que ocorre de 25 de agosto a 2 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS).
Foram inscritos 149 exemplares da raça Jersey para 41ª Expointer, ante os 37 da edição anterior, números que comprovam o crescimento da raça no estado e no mundo, conforme destaca o presidente da Associação dos Criadores de Gado Jersey do Rio Grande do Sul, Álcio Azambuja de Azambuja.
“A participação recorde é fruto de uma ação desenvolvida pela entidade, mas também reflexo de uma expansão de demanda. Atributos como a qualidade do leite e rentabilidade – aspectos que atendem as necessidades atuais das indústrias – tem feito crescer muito o rebanho de Jersey em vários países tradicionais na produção de leite, e no Brasil não é diferente como observamos aqui no RS e SC”.
Segundo uma projeção da Acgjrs, atualmente a raça Jersey representa mais de 15% do rebanho de gado leiteiro do RS. A diretoria da entidade aposta num crescimento ainda mais expressivo nos próximos anos. Para auxiliar e motivar os criadores, a Acgjrs prepara um grande leilão da raça dentro da programação da Expointer 2018, onde pretende reunir diversas autoridades e entidades da cadeia láctea.
“Além de comemorar os 70 anos da Associação, esse leilão pretende promover a raça e auxiliar o produtor no crescimento da sua atividade. Por isso, vamos levar para pista da Expointer exemplares de qualidade e diferenciados, que ressaltam os principais atributos da raça Jersey. Será um grande evento onde vamos contar com a presença de entidades como Embrapa, Brde, Sicredi, Apil, entre outras”, afirma o diretor de fomentos da Acgjrs, Darcy Bitencourt.
Sobre o crescimento da raça em diferentes países, Bitencourt, que também é pesquisador da Embrapa Clima Temperado e Coordenador do Centro de Recria Bovinos Jersey, explica que o leite de vaca Jersey contém mais gordura, proteína e cálcio na comparação com outras raças. Além disso, são animais que se alimentam a um custo menor e devido a seu menor tamanho corporal, pode-se aumentar a carga animal por hectare.
“São animais mais precoces, acelerando seu ingresso para vida produtiva, que se adaptam a qualquer tipo de sistema. Outro fator determinante para esse crescimento é o leite, que reúne muito mais sólidos oferecendo maior qualidade e rentabilidade, aspectos muito valorizados pelas indústrias lácteas. Com 8 litros de leite de uma vaca Jersey o produtor faz 1 Kg de queijo, enquanto que de outra raça são necessários de 10 a 11 litros”, explica Bitencourt.
Ainda dentro da programação, a Acgjrs realizará o tradicional julgamento do melhor exemplar da raça, além de atividades na Casa do Jersey RS para destacar e promover as vantagens da raça na produção do leite de melhor qualidade. “Divulgar os atributos da raça é o nosso maior compromisso. Assim como a valorização dos animais controlados zootecnicamente através do registro genealógico, controle leiteiro e pontuação”, afirma Bitencourt.