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Investigação

Tribunal de Justiça afasta juiz suspeito de compartilhar e armazenar pornografia infantil

O magistrado foi alvo de mandado de busca em agosto, quando um HD foi apreendido em um imóvel na zona Sul de Porto Alegre
Tribunal de Justiça afasta Juiz de direito.
Tribunal de Justiça afasta Juiz de direito.

Tribunal de Justiça/ Um juiz de direito do Rio Grande do Sul é suspeito de compartilhar e armazenar pornografia infantil. O magistrado foi alvo de mandado de busca em agosto, quando um HD foi apreendido em um imóvel na zona Sul de Porto Alegre. Nesta quinta-feira, servidores TJRS confirmaram o afastamento dele, mas o órgão evitou comentar detalhes da investigação, que está sob sigilo após a Rádio Gaúcha e  a RBS TV revelarem o caso.

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Foi a Polícia Federal, por meio da Delegacia de Crimes Cibernéticos, que inicialmente identificou o conteúdo ilícito em um computador que seria utilizado pelo juiz.

Por isso que um relatório da apuração teria sido enviado ao TJRS, que autorizou o Ministério Público a conduzir uma investigação criminal e executar apreensões. O Poder Judiciário também abriu um processo administrativo disciplinar (Pad) em que pede explicações ao suspeito. A medida conta com o acompanhamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília.

Em investigação preliminar, a delegacia de Crimes Cibernéticos (Deleciber) da Polícia Federal descobriu o IP da rede (espécie de endereço online que identifica um dispositivo na internet) e chegou até o apartamento que seria do magistrado

Agentes da PF fizeram uma ação discreta de investigação para checar se o conteúdo era baixado na própria residência do magistrado ou em outro apartamento que estivesse usando a rede. Assim que confirmaram que o alerta seria mesmo na residência do magistrado, os investigadores tiveram de encerrar o trabalho: é que a prerrogativa de foro por função do magistrado impede a PF de abrir um inquérito. Um relatório produzido pela Deleciber com o conteúdo da apuração preliminar foi entregue pela instituição à administração do Tribunal de Justiça.

Depois disso, o Tribunal de Justiça encaminhou um ofício à Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público, autorizando que o órgão conduzisse as investigações criminais a partir daquele momento. O mesmo despacho autorizava mandado de busca na residência do juiz e busca pessoal, com ordem de apreender qualquer material que pudesse conter mídias digitais, como computadores, tablets, notebook e celular, além de HDs, pendrives e celulares.

O advogado Nereu Giacomolli, responsável pela defesa do juiz, reforça que a investigação é sigilosa e ainda está em fase inicial. Em nota, o jurista destaca que a perícia no HD apreendido comprovará a inocência do magistrado e que informações veiculadas na imprensa não têm valor jurídico. O comunicado também aponta que houve pesca probatória ilegal e invasão de intimidade, sustentando ainda necessidade de punição criminal aos responsáveis por vazamento de dados.

 

Leia na íntegra a nota da defesa do investigado 

As investigações estão apenas no início e vazaram criminosamente. Esperamos que seja devidamente apurado de onde partiram, e os responsáveis responsabilizados. A perícia no HD apreendido, a qual provará a inocência do magistrado, está em andamento e o que surgiu de notícia não possui licitude; é imprestável juridicamente e não serve para responsabilizar o investigado. Houve pesca probatória ilegal e ilícita, invasão na intimidade e recolha de dados sem autorização judicial.