Após parlamentares de esquerda entrarem na Justiça contra o governador Eduardo Leite (PSD) pelo documentário realizado sobre a enchente de 2024, o deputado estadual Felipe Camozzato (NOVO-RS) também ingressou com uma ação contra o chefe do Executivo estadual questionando a legalidade da produção institucional
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Camozzato alega que a obra “Todos Nós por Todos Nós”, produzida com recursos públicos, configura promoção pessoal do chefe do Executivo estadual.
O documentário foi lançado como forma de relembrar os efeitos e esforços de reconstrução depois da tragédia climática de maio de 2024. No entanto, segundo Camozzato, o material apresenta o governador em diversas aparições destacadas, narrando os eventos sob sua ótica e exaltando suas ações como líder político.
“É inadmissível que, em meio à necessidade urgente de reconstrução, o governador utilize dinheiro público para enaltecer sua própria imagem, especialmente quando já se declara pré-candidato à Presidência da República”, afirmou o deputado.
Entre os trechos citados na ação, estão cenas em que Leite aparece emocionado diante de uma exposição fotográfica com sua própria imagem, pronunciando frases como “Viva o Rio Grande” sob aplausos, entregando casas a moradores e relatando que teria escrito pessoalmente o “Plano Rio Grande”.
O parlamentar pede que a Justiça anule todos os atos administrativos relacionados à produção e execução do documentário e que Eduardo Leite devolva aos cofres públicos os valores investidos na obra.
Ação Psol contra Leite
Na semana passada justiça gaúcha negou um pedido para suspender a exibição do documentário “Todos Nós por Todos Nós”, do governo do Rio Grande do Sul. A ação popular foi interposta pelo deputado estadual Matheus Gomes (PSol).
PT e Pimenta
Há duas semanas, o líder da bancada, deputado Miguel Rossetto, já havia protocolado representação em relação ao documentário no Ministério Público do RS.
A peça completa tem 42min14seg de duração, e está disponível nas redes sociais do governo. O trailer, com 2min de duração, está sendo exibido em salas de cinema antes de sessões de outros filmes.
Os petistas também acusam o governador Eduardo Leite (PSD) de utilizar o documentário para promoção pessoal.
Já o deputado Federal Paulo Pimenta (PT) encaminhou ao Ministério Público Federal(MPF) um pedido de análise de seis pontos sobre o documentário. Pimenta solicitou a instauração de inquérito civil público para apuração dos fatos.
Pede que sejam requisitados contratos, empenhos, notas fiscais e ordens de serviço relacionados aos R$ 28 milhões da rubrica “Serviços de Publicidade” do Fundo do Plano Rio Grande, o Funrigs, e de outros gastos relacionados à produção e divulgação do documentário, com identificação da origem dos recursos
A Secretaria de Comunicação (Secom) do governo do Estado, que assina a produção do documentário, divulgou nota rebatendo as argumentações dos parlamentares petistas. Conforme a secretaria, a obra tem valor histórico, foi produzida por sua própria equipe, e retrata de forma objetiva o impacto e os reflexos das enchentes no RS.