O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou à sede do Partido dos Trabalhadores (PT), em São Paulo, no começo da tarde desta sexta-feira (4) após três horas e meia de depoimento na delegacia da Polícia Federal (PF) no aeroporto de Congonhas. Em meio a políticos e militantes do partido, Lula fez um pronunciamento de cerca de meia hora sobre a operação desta manhã e se disse indignado com o espetáculo midiático.
“Estou indignado pelo que fizeram com a minha família, com os meus amigos, com o PT. Estou intimamente magoado e acho que merecia um pouco mais de respeito nesse país”, disse ao lembrar sua trajetória de fome na infância e de luta sindical.
Ele criticou com veemência a conduta do juiz Sérgio Moro e da imprensa e afirmou que jamais se recusou a prestar esclarecimentos às autoridades. Portanto, não seria necessária a “pirotecnia” de uma operação policial.
“Moro não precisaria ter mandado PF na minha casa de manhã, na casa dos meus filhos, na casa de companheiros”, afirmou ao reforçar que a opção adotada hoje foi a da “prepotência, da arrogância”.
O ex-presidente ainda pediu desculpas aos familiares pelo constrangimento de terem suas casas abertas nesta manhã pela polícia. “Marisa (esposa de Lula) com 14 anos já era empregada doméstica. Acho que ela merecia respeito”.
“Minha indignação é pelo fato de 6h da manhã terem chegado na minha casa, muito gentis, pedindo desculpas de cumprir decisão do juiz Moro”, disse Lula.
Ele ainda lembrou conquistas sociais dos seus governos e disse que as investigações de agora têm como objetivo prejudicar a ele e ao PT. “Ser amigo do Lula parece que virou coisa perigosa. É preciso criminalizar o PT e o Lula, porque podem continuar no governo”.
Sobre as investigações que apuram a aquisição de um triplex no Guarujá e um sítio Atibaia ele negou com veemência que seja proprietário dos dois imóveis. Ainda negou irregularidades envolvendo palestras.
