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Maior arma apreendida na história do RJ era negociada com criminoso gaúcho

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A apreensão da maior arma da história do Rio de Janeiro, uma Browning ponto 50 de 1m68cm de comprimento, com capacidade de perfurar blindados e atirar até 600 tiros por minuto, pode estar diretamente ligada ao Rio Grande do Sul. No momento da apreensão, na Barra da Tijuca, na última quarta-feira (19), dois homens foram presos. Conforme a Polícia Civil fluminense, um deles é o gaúcho Pablo Carvalho da Silva, de 23 anos. O outro preso é carioca, Thiago da Silva Lopes, de 22.

Investigadores fluminenses identificaram que o gaúcho, natural de Canoas, estava no Rio de Janeiro para comprar o armamento. De acordo com o delegado Delmir Gouvêa, titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas do Rio, ele chegou lá no dia 14 de setembro e negociaria a metralhadora de guerra por R$ 200 mil com dissidentes da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) e do grupo carioca Comando Vermelho.

Houve troca de tiros no local da batida policial, e pelo menos um outro homem fugiu. A polícia fluminense tenta descobrir se ele é um comparsa do gaúcho ou um outro carioca.

Pablo Carvalho da Silva é irmão de um criminoso que já foi considerado o mais procurado do Rio Grande do Sul e que está foragido. Fabio Rosa Carvalho, o Fábio Noia, 34 anos, estava cumprindo pena no semiaberto no Instituto Penal de Gravataí quando fugiu, em junho de 2018.

Nos processos em que já foi condenado, Noia tem um total de 16 anos de prisão a cumprir. O bandido foi alvo da operação Cova Rasa, em 2009, que prendeu 69 membros de uma quadrilha suspeita de 150 homicídios em Canoas. O delegado Guilherme Pacífico, que investigou o grupo à época, lembra que Pablo ainda era bastante jovem, e, naquele momento, não havia provas de envolvimento dele com o grupo do irmão.

O delegado carioca mantém sigilo sobre os detalhes da investigação. Ele não descartou a participação de outros gaúchos na compra da arma e afirmou que a investigação “vai prosseguir e tem muita coisa a ser feita ainda”.

A apreensão deixa em alerta a Polícia Civil gaúcha. Desde o dia da localização da Browning, os policiais do Rio Grande do Sul trocam informações com colegas cariocas para tentar entender melhor a conexão da arma com o Estado. Segundo o delegado João Paulo Abreu, da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), não há nenhum indício que mostre que a arma seria utilizada em solo gaúcho.

— Estamos em contato com os colegas do Rio com o intuito de colaborar e entender, ou afastar, toda e qualquer preocupação com o uso dessa arma de fogo aqui no Estado, principalmente no uso em ataques a carros-forte — resume Abreu.

Para Abreu, se por um lado a apreensão mostra o alto poder de fogo do crime organizado, por outro tranquiliza por ter sido retirada das mãos de perigosos bandidos. Ele lembra que exemplares deste tipo de arma são dificilmente encontrados.

Metralhadora semelhante foi usada na Serra gaúcha

Em fevereiro deste ano, um ataque a um carro-forte aterrorizou a população da Serra gaúcha. Assaltantes pararam com tiros de uma metralhadora ponto 50 um veículo da empresa Brinks, que transportava valores. Veículos foram atravessados sobre a BR-470 para bloquear o trânsito. Após o crime, um cerco da Brigada Militar resultou na apreensão de uma arma idêntica à que agora foi encontrada no RJ.

A apreensão comprovou para a Polícia Civil a chegada do armamento capaz de derrubar avião ao Rio Grande do Sul. O ataque de Bento Gonçalves foi o terceiro com a arma de guerra na Serra. Os outros ocorreram em Vacaria e Veranópolis.

Outra apreensão de ponto 50 com ligação direta do Rio Grande do Sul foi feita no Paraná, com Claudio Adriano Ribeiro, o Papagaio, no dia 11 de setembro. Foragido, ele foi localizado em uma chácara com uma ponto 50 e três fuzis, sendo um AK-47, um 5.56, um 7.62. Foram encontrados 14 carregadores municiados e mais de 400 munições de diversos calibres.